Soviet Ghosts - A fotografia de locais abandonados da antiga União Soviética por Rebecca Bathory

Já falei anteriormente sobre o trabalho da fotógrafa inglesa Rebecca Bathory, ou até há pouco tempo atrás Rebecca Litchfield, quando mostrei a sua série Underworld, com fotografias que misturam surrealismo e um clima de sonhos retratando belas modelos em lugares abandonados. Bem, lugares abandonados e esquecidos são o forte da artista, com várias projetos/séries de fotografias em que os protagonistas são exatamente esses ambientes abandonados e deteriorados.

Os locais abandonados retratados por Rebecca Bathory exibem uma certa beleza e lirismo misturada a uma dose de silêncio, solidão e melancolia. Construções abandonadas e deterioradas, cuja presença e influência do homem cada vez mais se desfaz em prol da tomada da natureza, exibem certos paralelos com a própria memória que se esvai, inevitavelmente em direção ao esquecimento.

Bulgária - Congelado

Na série "Soviet Ghosts" (ou "Fantasmas Soviéticos"), que foi publicada em um livro de mesmo nome, Rebecca Bathory registra em fotografias vários lugares abandonados em 13 países que faziam parte ou eram ocupados pela ex-União Soviética. São cidades esquecidas, fábricas, prisões, monumentos, hospitais, teatros, complexos militares, asilos e campos de extermínio que foram abandonados e caíram no esquecimento e deterioração natural das coisas, que podem ser vistos como uma metáfora para o destino do outrora glorioso império soviético, numa clara lição de como a história a longo prazo age.

Bulgária - Cirílico

Sobre o livro, no site de Rebecca:

"A ex-União Soviética, com a queda do império comunista, encontra-se agora abandonada, inabitada, cascas quebradas de um tempo esquecido. O colapso da União Soviética deixou para trás memórias assombradas de pessoas normais que uma vez viveram e trabalharam naqueles lugares. O trabalho de Rebecca lança uma luz numa sociedade rodeada pela guerra fria, oferecendo um documento tocante e sensível da vida diária das pessoas soviéticas.

Enquanto alguns podem ver as ruínas desses lugares simplesmente como um reflexo da destruição da União Soviética e da falência moral de um sistema ideológico falho, na realidade eles logo irão desaparecer da existência e quando as memórias também se extinguirem, esses lugares e as comunidades que uma vez deram vida a eles irão ser esquecidas, mas elas merecem ser gravadas para a posteridade também. Essas fotos documentam esse estranho intervalo de tempo preso entre a modernidade e antiguidade."

Vejam Soviet Ghosts - A fotografia de locais abandonados da antiga União Soviética por Rebecca Bathory:

Bulgária - Névoa



Estônia - Prisão



Alemanha - Corredor azul



Alemanha - A queda no quartel-general



Alemanha - campo Sperenberg



Hungria - Trem a vapor soviético



Rússia - Sanatório



Rússia - Sanatório



Rússia - Colégio técnico



Rússia - Hospital de tuberculose



Rússia - Campo de jovens pioneiros de Jubileyny



Submarino soviético

Vejam também:
- Underworld - As surreais e oníricas fotografias de modelos em lugares abandonados de Rebecca (Litchfield) Bathory

Imagens via site de Rebecca Bathory.

Underworld - As surreais e oníricas fotografias de modelos em lugares abandonados de Rebecca (Litchfield) Bathory

Rebecca Bathory, até há pouco tempo atrás conhecida como Rebecca Litchfield, é uma fotógrafa inglesa. Além de profissionalmente fotografar casamentos, ela é também uma fotógrafa artista, tendo já publicado um livro com suas fotografias.

No âmbito artístico, Rebecca Bathory tem uma predileção por fotografar lugares abandonados, com uma atmosfera sombria e esquecida no tempo. Uma de suas séries mais conhecidas é "Underworld" (ou "Submundo"). Nela, a artista se inspira nos mitos gregos do submundo pós-vida, colocando modelos em lugares abandonados, como velhos casarões, em um clima soturno e esquecido no tempo.

Inspirada especialmente na parte da mitologia de Hades e Perséfone, Rebecca Bathory nos leva junto com uma bela modelo pelas ruínas de ambientes abandonados, onde um jogo de luzes e sombras faz tudo parecer mais sombrio, onde o silêncio impera e onde apenas antigas memórias vivem. O resultado são fotografias com um toque surreal e onírico, onde o abandono e o esquecimento geram belezas palpáveis, onde uma alma perdida e solitária dança pelos escombros do passado.

Vejam Underworld - As surreais e oníricas fotografias de modelos em lugares abandonados de Rebecca (Litchfield) Bathory:

Imagens via site de Rebecca Bathory. Dica via Slow Show - Rebecca Litchfield, Underworld.

Silhuetas de pessoas na fotografia da jovem Felicia Simion

Uma das coisas que eu mais gosto em termos de fotografia são aquelas tiradas contra a luz, em que o objeto ou pessoa retratada aparece apenas como uma silhueta. Esse efeito é clássico quando se tira fotos contra o sol, o que muitos fotógrafos amadores acabam fazendo, no começo, por engano. Entretanto, quando esse efeito é bem calculado, é uma das coisas que eu mais aprecio. E a jovem artista romena Felicia Simion parece compartilhar do meu gosto, já que ela tem várias fotos com esse efeito, em sua série de fotografias de silhuetas.

Se você não se lembra do trabalho da artista ou não viu, já postei uma pequena coletânea do trabalho de Felicia Simion há alguns dias atrás. Eram fotos com diversos temas e estilos, mas neste post, trago apenas as fotos em que a artista explora esse conceito de silhuetas de pessoas, seja contra a luz do sol (essas são clássicas), seja contra outra outras fontes, algumas de maneira bem criativa.

Vejam:

"Perseguindo pavimentos" - Silhueta na poça d'água. Excelente foto.



"Sonhos em cinzas"



"Calma" - Segurando o sol.



"Pequenas almas pela metade" - Silhueta desfocada.



"Está escrito no mar" - Silhueta romântica de casal.



"Continue flutuando" - Bela brincadeira com a silhueta de pessoas pulando e de árvores ao fundo, misturadas.



"Derretendo queimaduras" - Silhueta correndo numa bela paisagem.



"Moonswalk"



"Por favor, senhor carteiro" - Sob sol ou chuva.



"Reminiscências" - Como memórias, a silhueta contra o sol se distorce e se deforma na água.



"Segura"



"O garçom" - Homem com guarda-chuva. Minha foto preferida deste post.



"Un deux trois" (Um dois três) - Um casal enamorado.



"Sob o por do sol"



"Aquilo não te salvaria?" - Casal caminhando. Lindíssima foto.

Imagens via deviantArt de Felicia Simion.

'Meu chefe é calado e quase ninguém conversa no meu novo emprego' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 10/01/2011, sobre um ambiente de trabalho silencioso devido a um chefe calado.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Meu chefe é calado e quase ninguém conversa no meu novo emprego'


Uma ouvinte escreve para dizer que mudou de emprego e que está tudo bem, tudo certo. Ou quase tudo, porque nada é perfeito. Ela só tem uma queixa: um chefe que não conversa. A nossa ouvinte escreve o seguinte:

"Em minha empresa anterior, havia um clima mais camarada, para não dizer festivo. Os colegas conversavam bastante, sem que isso interferisse no trabalho de cada um. E o chefe era o que mais conversava. Ele ficava circulando, fazendo perguntas, contando histórias e rindo das piadas de meus colegas. O ambiente na empresa atual é o contrário. Quase ninguém conversa, e eu acredito que seja porque o chefe é calado. Mudo. Estou aqui há quinze dias e acho que não ouvi meu chefe falar nada além de ‘bom dia’ e ‘boa tarde’. Quando algum colega vai à sala do chefe para perguntar alguma coisa, a conversa raramente ultrapassa um minuto.

Por tudo isso, eu me sinto cada vez com menos vontade de vir trabalhar. É como se eu fosse todo dia a um velório, com a diferença que já fui a velórios bem mais animados. O que eu devo fazer para me acostumar a esse silêncio, já que o salário é bom e não pretendo mudar de emprego?"

Vamos lá. Talvez ouvir música com o fone de ouvido ajudasse, mas não já, senão iria parecer que você é que está querendo distância. Mas você fez algo até comum quando alguém sai de uma empresa para trabalhar em outra, que é imaginar ou esperar que todas as coisas positivas do emprego anterior irão se repetir no emprego seguinte.

O ambiente de trabalho é a face mais visível dessa expectativa. Ao sair de um ambiente festivo, você muito provavelmente nem considerou a possibilidade de que o novo ambiente pudesse ser o oposto.

Mas a grande pergunta é: se você soubesse disso, teria recusado o emprego? Muito provavelmente não, porque você mesma disse que está satisfeita com o salário e não fez nenhuma outra reclamação.

Para mim, parece claro que o jeito caladão do seu chefe influiu no comportamento dos subordinados, que assumiram uma postura idêntica à dele. Ou por comodidade, ou por receio. Mas posso lhe garantir que se a remuneração é boa e o ambiente é ético, você acabará por se acostumar com o silêncio, e até a gostar dele.

Acredite que existe muita gente que gostaria de trabalhar num lugar assim, quieto, compenetrado, sem algazarra, nem diz-que-diz. Você conseguiu. E agora, só precisa se adaptar a um ambiente que não é pior, é apenas diferente.

Max Gehringer, para CBN.

Mudos: o Silêncio dos Cachorros nos Carros - fotografia de Martin Usborne

Martin Usborne é um fotógrafo que mora em Londres. Seu mais recente projeto, "MUTE: the silence of dogs in cars", consiste em fotos de cachorros trancados dentro de carros, a maioria das fotos tirada a noite.

Para fazer essa série, o artista usou uma lembrança sua, de uma vez que fora deixado sozinho no carro. Mesmo que por pouco tempo, na mente de uma criança, a sensação se expandiu no medo de ser deixado sozinho para sempre. Essa experiência pessoal foi aliada à indignação de Usborne no caso de maltrato de animais, que muitas vezes sofrem pelas mãos humanas, sem que haja uma voz para defendê-los.

Unindo esses dois sentimentos, o medo da solidão e a falta de voz, Usborne coloca os cães dentro dos carros fechados, sozinhos, onde seus gritos e anseios não podem ser ouvidos.

Intencionalmente, as fotos são de um tom triste e sombrio, retratando diversas nuances dos cães fotografados. Nas palavras do próprio artista:

"Quando comecei este projeto, eu sabia que as fotos seriam sombrias. O que eu não esperava era ver tantas reações sutis nos cachorros: alguns tristes, alguns ansiosos, alguns zangados, alguns rejeitados. Era como se ao abrir uma caixa de lápis de cores cinzas, eu me surpreendesse de ver tantos tons dentro."

Imagens do site do artista/fotógrafo Martin Usborne. Dica via Trendland.