Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 18/09/2008, sobre um sistema de avaliação para mostrar aos empregados como as outras pessoas o enxergam.
Áudio original disponível no site da CBN.
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Nem sempre os outros nos enxergam como nós nos enxergamos
Uma consulta interessante. Diz a nossa ouvinte: "Sou gerente de Recursos Humanos. Em nossa empresa temos um sistema de avaliação anual de características pessoais. E ele funciona assim: primeiro, o subordinado se auto avalia, e fala maravilhas de si mesmo. Depois o chefe avalia o subordinado, e não enxerga no subordinado as qualidades que o subordinado enxergou em si mesmo.
Aí, os dois discutem a avaliação e nunca chegam a um acordo. O subordinado sai insatisfeito dizendo que o chefe não soube avaliá-lo. E o chefe sai reclamando que o sistema é perda de tempo. Eu gostaria de montar um sistema que tivesse credibilidade. Você teria alguma sugestão?"
Eu tenho um exemplo prático. Numa empresa em que trabalhei, havia um sistema semelhante ao que você usa, e o problema era o mesmo que você relatou. Nós fizemos então o seguinte: pedimos que cada subordinado apenas escrevesse suas duas maiores qualidades, em duas palavras, não em duas frases longas.
Em seguida, listamos todas essas palavras numa única folha. Só as palavras, sem os nomes das pessoas. E finalmente, pedimos para cada subordinado escolher, anonimamente, as duas palavras que melhor definissem cada um de seus colegas.
O resultado foi surpreendente. Por exemplo, eu me lembro que uma pessoa escreveu que as suas maiores qualidades eram criatividade e dinamismo. E teve a surpresa de descobrir que nenhum de seus colegas atribuia a ele, essas duas características.
Na avaliação cara a cara entre chefe e subordinado, tínhamos então 3 opiniões: a do subordinado sobre ele mesmo, a do chefe sobre o subordinado e a dos colegas sobre cada colega. Normalmente, a opinião do chefe batia com a opinião geral, o que deixava quem se avaliou generosamente, sem muitos argumentos para contestar.
A vantagem desse sistema é que ele mostra algo que as pessoas não gostam de aceitar: o fato de que nem sempre os outros nos enxergam como nós nos enxergamos.
Max Gehringer, para CBN.
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