Mais uma transcrição dos comentários do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 09/09/2008, sobre aqueles primeiros momentos em uma nova empresa (ou qualquer outra empreitada), em que bate a dúvida e comparações com a situação antiga.
Áudio original disponível no site da CBN.
A síndrome da empresa anterior
"Mudei de emprego faz 2 meses", diz um ouvinte, "e acho que fiz a maior bobagem". Bom, a sua carta é longa, sofrida e cheia de detalhes. Mas basicamente você está padecendo da síndrome da empresa anterior. Isso acontece não porque a empresa que você deixou era melhor em tudo, mas porque você estava acostumado a ela.
Essa síndrome ocorre principalmente em duas situações. Ou na mudança do primeiro para o segundo emprego da carreira, ou depois de alguém ter passado mais de 5 anos numa mesma empresa. Em ambas as situações, a impressão é de que quase tudo na empresa seguinte é estranho.
(Já assistiu The Office?)
Esse mesmo fenômeno ataca quem viaja para fora do Brasil pela primeira vez, para ficar mais de um mês no exterior. O desejo de pegar o primeiro avião e voltar para casa não bate logo na primeira semana. Bate lá pelos 15 ou 20 dias. É o momento em que tudo parece ficar mais claro e menos suportável. E aí vem a solidão e o desejo de voltar.
Essa mesma solidão é o que o nosso ouvinte está sentindo após dois meses na nova empresa, embora esteja rodeado de gente. Na empresa anterior, ele já tinha chegado ao ponto em que podia se comunicar usando uma ou duas palavras. Agora, precisa dar longas explicações e ainda botar tudo por escrito. Na empresa anterior, ele já sabia em quem confiar. Agora, precisa decifrar as pessoas. Na empresa anterior, ele tinha as normas e regulamentos na cabeça. Agora, precisa entender uma nova cultura e o novo ambiente. Na empresa anterior, todo mundo já sabia quem ele era. Agora, ele precisa mostrar quem é.
A palavra-chave é adaptação. A nova empresa é como um mundo novo, que precisa ser explorado e compreendido. O velho mundo, a empresa anterior, faz parte do passado.
Durante a síndrome, o novo funcionário fica fazendo constantes comparações entre o que tinha e já não tem mais. A melhor maneira de se curar da síndrome é concentrar a atenção naquilo que se tem agora, e não no que se tinha antes.
Max Gehringer, para CBN.
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