As vezes parece tão distante, outras vezes, parece ao alcance das mãos. Esse tempo distante, que é trazido de volta pelas nossa memórias, que prega peças, e faz com que anos se pareçam minutos, quando se trata de determinadas lembranças...
As vezes saudosista, outras tantas, reavaliando os passos para ver onde estamos agora, o passado já se fora na realidade, no tear do mundo, mas permanece vivo dentro de cada um, dentro de cada história. O passado de cada um não é passado dentro das lembranças; permanece vivo, mutável, vívido, paradoxalmente presente, enquanto ali estiver. E queira deus ou no que acreditarmos, que não nos esqueçamos dele.
Pois podemos assassinar o passado, simplesmente esquencendo-o. Então, perdemos até mesmo a base para onde estamos: sem passado, não há presente; sem presente, o futuro não importa.
E isso tudo começou com uma reflexão boba sobre as eleições deste ano de 2006. Mentalmente, fiz uma retrospectiva para as duas eleições passadas, o que me levou para o ano de 1998. Mesmo não querendo, a memória e as lembranças se tornam mais nebulosas, mas este ano, em particular, com todas as suas alegrias e tristezas (mesmo sendo muitas), quero que permaneça vivo em mim.
Não vivo de lembranças, não me prendo ao passado. Mas ele faz parte de mim, fez parte da minha construção. E por isso, mantenho-o vivo, mesmo que somente nas lembranças.
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