Não, eu não virei miguxo e estou aceitando esses memes de 'blogosfera'.
Esse texto é uma tradução de uma matéria da Wired, originalmente intitulada Humans Are Just Machines for Propagating Memes, feita por mim.
Como nem todo mundo fala a língua do Shakeaspeare, decidi traduzir, pq achei a matéria/entrevista legal. Infelizmente, não ganho a vida como tradutor, por isso não me responsabilizo pela acuracidade da tradução. Se você entende inglês, vá direto na fonte.
Seres Humanos são apenas Máquinas para propagar Memes
By Kim Zetter
MONTEREY, California - Na década de 1970, Richard Dawkings cunhou o termo "meme", em seu livro O Gene Egoísta, para se referir a aspectos da cultura humana e como eles evoluem de maneira análoga a evolução dos genes. Desde então, o estudo dos memes se tornou um próprio meme evoluindo.
Um meme é uma idéia ou algo, que é passado de pessoa para pessoa, e é adotado ou por sua utilidade ou outro propósito -- em alguns casos se tornando uma idéia vastamente popular que não consegue ser mais parada -- ou então é abandonado para morrer rápida e anonimamente. Um meme pode ser uma música ou um trecho de uma música, uma dança, uma lenda urbana, uma expressão ou comportamento, uma marca de um produto, ou até mesmo uma religião.
A estudiosa britânica Susan Blackmore, que realizou uma apresentação sobre memes na conferência TED, na manhã de quinta, diz que os seres humanos estão sendo esmagados pelos memes, que querem nos usar para seus próprios avanços. Wired.com falou com ela na TED.
Wired: Qual a diferença entre um meme e uma idéia ou coisa comum? Uma idéia ou coisa tem que ser altamente popular e vastamente adotada para ser um meme?
Susan Blackmore: Absolutamente não. A idéia toda sobre o meme é que ele é uma informação que é copiada com variações e seleções. Então, qualquer idéia que seja copiada de pessoa a pessoa é um meme. Mas uma idéia que você tenha, e guarde para si mesmo e não seja expressada, não é um meme. A ênfase está em ser copiado, porque é isso o que possibilita a evolução. Muitas idéias nunca realmente são copiadas. Elas simplesmente atingem um punhado de pessoas e se evaporam.
Wired: Memes de sucesso têm certas qualidades em comum?
Blackmore: Sim. Muitos têm sucesso porque são bons para nós ou são verdadeiros ou bonitos ou úteis, e nós os selecionamos por essas razões. Alguns outros memes têm sucesso mesmo não sendo bonitos, nem verdadeiros ou úteis, usando artimanhas. Religiões, por exemplo, têm algum valor, mas na maior parte elas contém falsas idéias, que se usam de artimanhas para entrar na cabeça das pessoas - ameaças de inferno, promessas de paraíso, alusão de ser uma boa pessoa ou de Deus amar você. Também existem memes que te enganam, fazendo com que você pense que será popular, ou que ficará rico ou que você terá um pênis maior, o que quer que seja.
Wired: E quanto aquelas coisas que ficam enraizadas na cultura popular, apesar da aversão a elas ou o desejo que elas se vão? Por exemplo, como é possível que o meme Paris Hilton ainda não tenha chegado ao fim da sua vida ainda?
Blackmore: Provavelmente porque isso pressiona um número suficiente de botões do ser humano - você sabe, sexo, ganância, celebridades. Alguns memes terão sucesso porque eles farão você falar sobre eles mesmo que você pense que eles são ruins. Por exemplo, uma história horrível sobre assassinato ou tortura te deixe triste. E um dos jeitos que você tem de superar a tristeza é falar com alguém sobre isso, compartilhar o fardo, e dessa maneira, o meme se espalha e entristece mais pessoas, mesmo que você não deseje isso.
Wired: Qual o tamanho do papel da mídia de notícias, em espalhar um meme? E a mídia pode matar um meme? Eu tenho notado que geralmente memes que saem da internet alcaçam seu pico no momento em que eles aparecem na CNN.
Blackmore: A mídia (de notícias) tem um enorme, enorme poder em espalhar um meme, porque ela é o maior mecanismo de cópia.
Memes estão usando os cérebros humanos como suas máquinas de cópia. Então nós precisamos entender o jeito como os seres humanos funcionam. Vários de nós queremos ser o primeiro em uma nova moda. Bem, não exatamente o primeiro, porque poderíamos parecer idiotas. Queremos ser o segundo ou terceiro, mas não queremos ser o centésimo. Então, uma vez que algo aparece na CNN, você sabe que está perdendo algo excitante, o momento Eu-estou-antenado-com-a-moda.
Wired: Você se refere a memes como um organismo, e fala sobre eles como se fossem coisas que nós não controlamos. Estamos completamente sem poder contra eles?
Blackmore: Alguns deles nós podemos controlar. Mas quanto mais e mais coisas vêm até nós, nosso controle se torna cada vez menor. Você pode, no começo de um novo meme, pegá-lo de volta e pará-lo. Se você sabe que apenas duas ou três outras pessoas sabem algo, você pode fazer com que elas parem de espalhar o meme. Ou se um livro foi escrito, você pode queimar o papel em que foi escrito. Mas uma vez que um meme se solta entre a população, Você não consegue pegá-lo de volta.
O que a cultura está fazendo, o que a memesfera está fazendo, é pegando o ser humano e infectando-o com massas de novas informações, e explorando essas tendências. Nós estamos sendo mudados de antigas máquinas de meme comuns, para o que eu chamo de team machines (máquinas de time) - máquinas para copiar informações tecnológicas, espalhar fotos e palavras impressas e arquivos digitais.
Nós podemos escolher desligar nossos computadores se quisermos (parar de absorver e espalhar alguns memes). Mas como uma espécie, não temos o controle da internet. Não temos o controle sobre o crescimento da nova mídia. E estamos cada vez menos e menos possibilitados de controlar o que vai por aí.
O que eu acredito que esteja acontecendo agora é que as verdadeiras team machines estão chegando - isto é, máquinas que copiam e produzem variações e então selecionam. É isso o que você precisa para um processo evolucionário; isso é seleção natural.
Até muito recentemente no mundo dos memes, seres humanos faziam toda a variação e seleção. Nós tinhamos máquinas que copiavam - fotocopiadoras, impressoras - mas apenas muito recentemente temos máquinas artificias que também produzem variações, por exemplo, (softwares que) misturam idéias e produzem um ensaio, ou redes neurais que produzem músicas novas, e fazem a seleção. Há máquinas que escolherão que música você vai ouvir. Está tudo indo para esse caminho porque evolução por seleção natural é inevitável. Há uma mudança, para que as máquinas façam tudo isso.
Ainda não chegamos a esse ponto. Mas, uma vez lá, haverá evolução dos memes que estará totalmente fora do nosso controle.
Wired: Com o que isso se parecerá?
Blackmore: Bem, vai parecer como se os seres humanos fossem apenas uma coisa menor, neste planeta em que massas de máquinas baseadas em silício estarão nos usando para retirar do chão coisas para se construir mais máquinas.
Nós somos tão egocêntricos. Pensamos em nós mesmos como o centro do universo. Precisamos mudar e nos enxergarmos como um jogador no vasto processo evolucionário, em que não temos o controle.
Wired: Por que a área de estudos dos memes é controversa?
Blackmore: Eu posso pensar em três razões. Uma, as pessoas não entendem ela. Elas pensam que memes são o mesmo que idéias.
Dois, as pessoas estão com medo dela. Memética parece ter várias implicações que nós, humanos, sejamos apenas máquinas, o que as pessoas nunca gostaram dessa idéia. Claro que somos máquinas, somos máquinas biológicas. Mas as pessoas não gostam disso. Livre arbítrio e consciência são ilusões, e o ego é um complexo de memes. Pessoas não gostam disso. Meu ponto de vista é que se essas coisas são verdadeiras, não importa se gostamos ou não delas.
A terceira possível razão é que talvez tudo isso seja apenas um monte de lixo. Mas isso vamos descobrir se fizermos ciência e predições testáveis, e compararmos a memética com outras teorias sobre cultura; nós então descobriremos se é verdade.
Wired: Por que é importante estudar os memes? O que podemos aprender sobre o fenômeno?
Blackmore: Nós entendemos a evolução humana de um jeito completamente diferente. Precisamos ver o que está acontecendo no mundo. O mundo está sendo tomado por memes tecnológicos, e se não entendermos o que está acontecendo, não seremos capazes de lidar com ele.
O stress no cérebro humano, o jeito com que os cérebros de nossos filhos são fragmentados em 10 pedaços de uma vez fazendo multi tarefas, as pressões para tomar drogas para ficar acordado para que possamos processar mais memes todo dia... O stress no cérebro humano é enorme, e nós precisamos entender o porquê e o como.
"acuracidade"... como ele fala dificil.. hohoho
ResponderExcluirmas pq meme tem o nome de meme?? é uma sigla?
que post grande esse... eu ate agora nao entendi direitinho sobre esse meme... parecem correntes...
meme chama meme porque é legal.
ResponderExcluiré uma brincadeira com a palavra gene, da genética.