Como responder porque você saiu do último emprego - by Max Gehringer

Transcrição do comentário de hoje, 14/05/2008, do Max Gehringer para CBN. Se preferir, o áudio original está disponível na página da CBN.

Como responder à pergunta sobre os motivos que levaram à saída do último emprego

Uma consulta sobre o 'bicho', que come ou que pega. Diz uma ouvinte:

"Fui dispensada de uma empresa na qual já trabalhava há quatro anos, porque cometi um erro burocrático. Por causa desse erro, motivado por um descuido meu, a empresa perdeu um cliente importante. Assumi a culpa, tentei me explicar, mas não teve jeito. Para servir de exemplo aos demais, acabei na rua na amargura. Agora, estou tendo dificuldade para explicar o motivo da minha demissão.

Já fiz duas entrevistas. Na primeira, mencionei meu erro com sinceridade, mas a partir daí, a atitude do entrevistador mudou. Ele ficou me pedindo detalhes e eu acabei chorando, de tão nervosa. Na segunda entrevista, resolvi inventar uma história de que fui dispensada em virtude de uma reestruturação. Mas minha cara e minha voz me entregaram. Enquanto eu falava, eu me sentia como se em minha testa estivesse escrito: 'mentirosa, mentirosa'.

Conclusão: ser sincera não adiantou, inventar também não. Existe outra opção?"

A sinceridade ainda é a sua melhor opção. O que acontece é que você está dando uma importância exagerada a uma pergunta padrão em entrevistas, a famosa "por que você saiu do seu último emprego?". Por isso, você perde a concentração enquanto fica aguardando esse momento fatídico.

Na próxima entrevista, mate o bicho, logo de cara. Quando o entrevistador pedir que você fale um pouco sobre você, diga que você teve quatro anos de ótimos resultados e saiu porque a empresa tinha tolerância zero em relação a erros. Você cometeu um, sabia que essa era a regra, aceitou a dispensa e nada tem a reclamar da ex-empresa. Nem é necessário que você mencione a perda do cliente.

Mas principalmente, prepare-se muito bem. Se possível, com números, para que a entrevista gire em torno dos 1040 dias em que você acertou, e não do único dia em que você errou.

Max Gehringer, para CBN.