Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 02/03/2009, sobre como nós, brasileiros, contamos o tempo de maneira muito peculiar.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).
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Como os brasileiros contam o tempo
Muitos executivos de outros países têm vindo trabalhar em empresas brasileiras. E a maioria deles se depara com uma grande dificuldade, que é entender a maneira como nós contamos o tempo no Brasil.
Uma pergunta simples é: "Quanto vai demorar para o trabalho ficar pronto?" Uma resposta como "12 minutos" nem passaria pela cabeça de um brasileiro. Porque nós somos muito mais criativos do que isso. Portanto, a resposta mais usual é: depende.
E no Brasil, depende é uma medida quântica, porque envolve várias incógnitas, e todas elas, desfavoráveis. Em algumas situações, depende pode até significar imediatamente. Mas esse tipo de resultado, até hoje, só foi conseguido com cobaias, em testes de laboratório.
Outra resposta é já já. Para quem ouve, já já pode parecer uma medida de tempo mais rápida do que já. Mas é o contrário. Já quer dizer agora. Já já quer dizer "assim que eu terminar o que estou fazendo, vou pensar a respeito".
E tem também o logo. Logo quer dizer que uma providência pode levar entre 5 minutos e centenas de anos. Por exemplo, "logo chegaremos a Marte".
Outra frase que confunde é na semana que vem. Como todas as semanas futuras cedo ou tarde virão, qualquer semana entre a próxima e a última do século 21 pode ser tecnicamente classificada como a semana que vem.
E tem também o um minutinho, que é um intervalo de tempo que nada tem a ver com 60 segundos e raramente leva menos que 20 minutos.
E finalmente há o veja bem e o com certeza. A diferença entre os dois é que o veja bem é um com certeza um pouco mais detalhado. Mas no fundo, as duas expressões querem dizer a mesma coisa: ou seja, depende.
Como se vê, nós não somos um povo muito complicado. Nós até que nos entendemos muito bem. Quem vem de fora é que não compreende que amanhã sem falta significa preciso de mais um dia para pensar numa boa desculpa.
Max Gehringer, para CBN.
Veja bem... amanhã sem falta eu faço um comentário mais decente.
ResponderExcluirOu melhor, pra num ficar muito vaga minha resposta: já já eu penso nisso.
:)
Pegou bem o estilo da coisa, hein?
ResponderExcluirAHUHAUAHUA!!
ResponderExcluirAdorei essa, Andarilho!