Baseado em fatos reais. Ou imaginários. Tanto faz.
Praça
Num banco de praça, ao ar livre, sentados,
Ela no colo dele, um casal de namorados,
Trocavam carícias, beijos e abraços.
Do outro lado, um senhor em seu hábito matinal,
De ler sob a velha figueira, o seu jornal,
Ignorava a multidão e seus passos.
E passam pelos bancos, vendedores ambulantes,
Anunciando coisas - pra eles - interessantes,
Indo e vindo como o sangue em uma veia.
O casal apaixonado se separa, beijos e despedidas,
O senhor termina o jornal, já viu toda a vida,
Mas a praça continua como uma teia.
Agora uma senhora, bem vestida e arrumada,
Que apesar do ar tenso, vê-se que não apressada,
Tira da bolsa e folheia, uma revista.
Outro casal, de passos lentos e mãos dadas,
Jovens de roupas simples, mas bem arrumadas,
Dividem o sorvete, uma casquinha mista.
Ela dá uma lambida, e depois é dele a vez,
Vão se beijando assim, sem um beijo francês,
E lentamente se afastam da praça.
Uns senhores de idade, barulhentos e animados,
Com seus dominós, altivos e nada cansados,
Brincam e jogam com toda a sua raça.
Estes ficarão, por um bom tempo ainda, assim.
E a senhora e a sua revista, já no fim,
Se levanta, se apruma, e vai embora.
Às vezes passam senhores engravatados,
Com suas pastas, ternos e cabelos alinhados.
Estes nunca ficam; vão-se sem demora.
Loiras, morenas, desfilando como numa passarela,
Pela praça, emprestando a sua beleza a ela,
Gostam e sabem que viram assunto.
E assim, com a árvore centenária testemunhando,
Essas curtas histórias de vida, passando,
Deixam a praça, mas a levam junto.
ah! mas, que beleza isso...
ResponderExcluiramado, você tem tanto talento escrevendo assim. Sério mesmo. E você sabe que das letras eu (penso que) entendo, né?
beijo,
gostei muito. Melhorou minha conturbada semana!
Bem que eu gosto de um banco de praça...
ResponderExcluirBjo