Domingo passado, antes de assistir Simplesmente Complicado, vi o musical Nine. Detalhe: eu geralmente detesto musicais, salvo raríssimas exceções (como Moulin Rouge).
Sabendo que o filme era um musical, e mesmo não apreciando este gênero, por que então eu fui assistir o filme? Talvez porque eu seja brasileiro e não desista nunca. Ou então porque eu tenho esperança de que o filme me surpreenda e eu acabe gostando dele. O que não foi o caso.
Nine é adaptação de uma peça da Broadway, que por sua vez é inspirada no filme 8 1/2 de Fellini (que eu ainda não assisti).
Basicamente, a história gira em torno de Guido Contini (interpretado por Daniel Day-Lewis), famoso diretor de cinema italiano que se vê com um bloqueio criativo, prestes a começar as filmagens de seu nono filme. Sem roteiro e sem ideias, Guido passa boa parte do filme procurando inspiração nas mulheres da sua vida, passando pela amante, esposa, a figurinista amiga e até nas suas memórias, numa antiga prostituta que conhecera criança.
Os números de dança/música estão justamente concentradas nessas mulheres, mas se passam na maioria, na cabeça de Guido, deixando a história mais "realística", uma vez que os personagens não começam do nada, a dançar e cantar. A não ser, na cabeça do diretor.
As músicas de Nine, apesar de não serem excelentes, são até legais, e as coreografias estão no mesmo nível. O que atrapalha é a câmera nervosa do diretor e a edição. Muitos cortes e movimentos desnecessários. Todo o trabalho do pobre coreografista vai por água abaixo. Em várias danças é visível que a coreografia foi pensada como no teatro, onde o espectador fica parado. Nesse contexto, rodar a câmera só atrapalha.
Tirando esse detalhe (que não é um mero detalhe, uma vez que o filme é um musical), o filme ainda tem outros defeitos. O maior deles é no próprio roteiro: o personagem principal é tão perdido e tão inseguro que dá nos nervos. A única coisa que ele faz é ir empurrando o seu problema com a barriga e inserindo números musicais no meio.
Apesar do filme reunir várias beldades (tem Nicole Kidman, nem de longe mostrando o seu talento como em Moulin Rouge, Marion Cotillard de Inimigos Públicos, Penélope Cruz, Fergie e outras), tenho que admitir que o resultado é fraco, nem toda a beleza feminina salva o filme. Admito que no meio do filme, quase dormi.
Em suma, um musical muito fraco. Se você já não gosta do gênero, passe bem longe. Se você gosta, dê uma chance, mas não espere muito. Rob Marshall, o diretor do filme, que anteriormente dirigira o musical Chicago (que eu considero supervalorizado), tenta repetir o sucesso anterior, mas passa muito longe.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete.
esse filme não me chamou atenção... acho q pelo fato de não gostar nada nada de musicais.
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