2012-06-29

Reflexos, transparências e superfícies nas pinturas hiper-realistas de Jason de Graaf

Quando se trata de pinturas hiper-realistas (ou ainda, foto-realistas), parece que a maioria dos artistas se especializa em apenas um tema específico, como paisagens urbanas, crianças em clima de guerra, pessoas tomando banho, mulheres com batons manchados e óculos escuros ou mesmo mulheres pintadas a ouro e prata. As pinturas hiper-realistas do artista canadense Jason de Graaf têm como temas reflexos e transparências.

Usando técnicas de pintura acrílica, Jason de Graaf cria taças de vidro que filtram o cenário, brilhantes bolinhas de gude que ora exibem cores próprias, apenas refletindo uma luz incidental, ora são metálicas, refletindo a paisagem (e até mesmo, outras bolinhas ao seu redor, numa linda recursão), além de taças e bolas que refletem e acabam interagindo com livros, figuras e quadrinhos que são colocados abaixo delas.

Citando o artista:

"Minhas pinturas são sobre criar a ilusão de verossimilhança de superfícies pintadas. Meus trabalhos são filtrados através da minha resposta pessoal ao assunto, infundindo-os com a motivação de comunicar algo único ao espectador.

Apesar de eu pintar de maneira foto-realista, meu objetivo não é reproduzir ou documentar 100% fielmente o que eu vejo, mas também criar a ilusão de profundidade e o senso de presença não encontrado em fotografias. Eu filtro o assunto para que ele expresse minha visão pessoal. Para esse fim, eu não me mantenho preso ao material de referência. Eu uso o objeto físico como um trampolim e um meio para explorar minha habilidade como pintor. Eu uso cores e composição intuitivamente, com a intenção de imbuir minhas pinturas com emoções, humor e mistério. E sempre tento permanecer aberto a novas ideias e supresas, conforme a pintura progride."

Vejam as pinturas hiper-realistas com reflexos, transparências e superfícies de Jason de Graaf:


Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Heliocêntrico"

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Um dia perfeito em que nada realmente aconteceu"

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Art Now"

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"Uma onda de frescor"

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Bedlam"
- (Adoro essas meta-pinturas.)

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Namorico"

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Tudo o que eu quero é caro"
- (Isso me lembra a infância, quando a gente colecionava bolinhas de gude.)

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Papel laminado"

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Kiwi Splash"

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"Obscura"
- (Impressionante!)

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"Ocean View"
- Água e taças em um cenário escuro.

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Arte Moderna" -
(Outro exemplo de meta-pintura. Uma pintura que tem livros de pintura, inclusive com um mostrando na capa a icônica Moça com Brinco de Pérola).

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Suspensão de descrença"
- (Quadrinhos?)

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Teoria da probabilidade"

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Trindade"
- (Morangos sobre papel laminado.)

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Ice palace"
- Esferas metálicas reflexivas na neve/gelo. Simplesmente lindo.

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"A Esfinge de Delft"
- Um apelido do pintor holandês Johannes Vermeer (devido ao pouco que se sabe sobre ele), autor do Moça com Brinco de Pérola.

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

M. C. Escher

Jason de Graaf pinturas hiper-realistas luz, vidro, transparencias e reflexos

"Esqueleto de Vesalius"
- Referência a Andreas Vesalius.

Imagens via site de Jason de Graaf. Dica via Empty Kingdom - Verisimilitude at its finest.

'Estou desempregado e não tenho nem motivação para ler' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/06/2012, sobre um ouvinte que foi despedido e que está deprimido.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Estou desempregado e não tenho nem motivação para ler'

snoopy escrevendo livro

Um ouvinte escreve: "Estou entre empregos, o que é uma maneira menos dolorosa de dizer que fui dispensado. Já fiz tudo o que alguém faria nessa situação: currículos, cadastros, contatos e por aí vai. Porém, eu nunca havia ficado desempregado na vida e nunca pensei que fosse ficar. Tenho tentado ler, porque sempre gostei muito de ler, mas nem isso eu consigo fazer. Talvez eu não esteja escolhendo os livros certos. Você teria alguma sugestão?"

Vamos lá. Você está tendo que lidar com dois sentimentos chatos. A angústia, que é o desespero para que algo aconteça rapidamente, e a frustração, que é o desespero porque nada acontece. Juntos, eles levam à depressão.

Uma dica que eu lhe daria seria a de prestar serviço voluntário sem remuneração. Além de se sentir útil, conviver com pessoas ajudaria o tempo a passar mais rapidamente.

E quanto aos livros, eu teria uma sugestão diferente. Não leia, escreva. Quando estamos lendo um livro para desviar a atenção de algo que nos atormenta, nossos olhos passam pelas letras sem que o conteúdo fique registrado. Já escrever é diferente, porque nós nos concentramos muito mais escrevendo do que lendo.

Escolha um momento bom da sua vida. Um que lhe deu satisfação e fez você se orgulhar de si mesmo. Descreva a situação e todos os detalhes que levaram a uma conclusão feliz. Nem precisa ser algo ligado a trabalho, mas se for, é melhor. Ao reviver seus momentos de sucesso pessoal, você perceberá que acertou muito mais do que errou. E que seu baixo-astral atual é apenas um contratempo passageiro.

Depois guarde tudo o que você escrever. Um dia, talvez você até considere publicar um livro, explicando a quem estiver desempregado, que não existem momentos perdidos na vida. Existem apenas momentos dos quais nós não soubemos tirar o melhor proveito.

Max Gehringer, para CBN.

2012-06-28

As sombrias, sensuais e surreais ilustrações de Tom Bagshaw

Baseado na Inglaterra, o artista Tom Bagshaw trabalha como ilustrador para empresas de moda, publicidade e propaganda. Entretanto, são os seus projetos pessoais que me chamaram a atenção.

Usando técnicas de pintura digital, Bagshaw explora temas de fantasia, misticismo, sensualidade e beleza, com toques de surrealismo sombrio. Retratando principalmente mulheres, estas nunca são frágeis figuras nas ilustrações do artista. Pelo contrário, exibem uma certa força oculta, um ar de mistério e uma sensualidade latente.

Vejam as sombrias, sensuais e surreais ilustrações de Tom Bagshaw:


Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Era assombrada"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Longa caminhada"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Empatia"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Beleza"

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"A noite de Cindy"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Êxodo"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Graça caída"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Mar proibido"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Hera"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Lírio"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Novos começos"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Branca de neve"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Doce misericórdia"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Titania"

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Youkai Dreams - Tengu"
(Uma visão bem diferente - e mais sensual - do tengu, um monstro/demônio do folclore japonês, geralmente caracterizado como uma ave de rapina com longo bico ou humanizado, como um longo nariz e asas.)

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Youkai Dreams - Umi Bozu"
(Umibozu é um monstro que vive no mar no folclore japonês.)

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

"Youkai Dreams - Yuki Onna"
(Yuki Onna, ou Mulher da Neve, é um fantasma/monstro de uma mulher no folclore japonês que atrai viajantes incautos - e os mata.)

*Youkai Dreams é o nome da primeira exposição do artista, e que já mostrava os elementos que predominariam em suas ilustrações, tais como lindas mulheres cercadas por criaturas surreais.

Tom Bagshaw ilustrações mulheres sombrias surreais sensuais

Imagens via site de Tom Bagshaw e blog de Tom Bagshaw. Dica via Art for Adults.

'Meu chefe costuma fazer comentários além da relação profissional' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/06/2012, com uma ouvinte cujo chefe faz elogios pessoais a ela, mas ela não se sente bem com isso.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Meu chefe costuma fazer comentários além da relação profissional'

assédio sexual

"Estou nesta empresa faz um mês", escreve uma ouvinte, "e tenho um chefe que faz comentários que vão além da relação entre chefe e subordinado. Ele é, por assim dizer, bastante atencioso. Não só comigo, mas com todas as funcionárias mulheres. No meu caso, ele já comentou sobre as roupas que uso para vir trabalhar, sobre a minha maquiagem, sobre o meu jeito de sorrir e coisas assim. Embora nenhum desses comentários tenha, até agora, ultrapassado o limite do respeito, estou preocupada porque nunca tive um chefe assim. A maioria de meus colegas leva a situação na esportiva ou na brincadeira, mas eu não acho que esse tipo de atitude seja correto. O que você me diz?"

Eu lhe digo que seu chefe está correndo um risco. Pode ser que o objetivo dele seja apenas o de criar um ambiente harmonioso. Porém, esse tipo de atitude já não está mais na cartilha das empresas sérias, que não aceitam, de parte das chefias, comportamentos que possam ter dupla interpretação, principalmente no campo altamente sensível do assédio sexual.

O que posso lhe sugerir é não encorajar o seu chefe, porque o que leva a uma situação a ultrapassar o limite do respeito é o incentivo à sua continuidade. Ao ouvir um elogio, olhe seriamente para o chefe e em seguida volte a se dedicar ao seu trabalho. Ele entenderá o recado.

Por outro lado, como parece ser o caso em sua empresa, existem subordinados que consideram esse tipo de chefe, o melhor que pode existir. Porque ele agrega uma dimensão humana ao relacionamento, através de elogios não ligados ao trabalho em si. Ao se colocar contra uma situação que parece não incomodar a mais ninguém, você se isolará do grupo. Avalie se isso é o que você realmente deseja. Se for, fique na sua e não se preocupe mais em pré-julgar o seu chefe e as suas colegas.

Max Gehringer, para CBN.

2012-06-27

Ilusão de ótica nas instalações anamórficas de Regina Silveira

Regina Silveira é uma artista brasileira cujas diversas instalações já percorreram o mundo. Neste post, separei algumas de suas obras que brincam com a percepção do espectador, que se mostram anamórficas e que iludem e maravilham quem se atreve a percorrê-las.

Na primeira instalação, Abyssal, a artista brinca com linhas geométricas e a sensação de profundidade, fazendo com que o chão de uma sala pareça não existir, como se o espectador estivesse flutuando cercado por paredes de um edifício cheio de janelas. Sem dúvida, minha série preferida:

regina silveira instalações anamórficas ilusão de ótica

Dá até um arrepio ver a obra, assim. Parece que vamos perder o equilíbrio e, literalmente, o chão.

regina silveira instalações anamórficas ilusão de ótica

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De outros ângulos:

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Abaixo, fotos da preparação e montagem da instalação:

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Esquema:

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Em A Lição, Regina Silveira mais uma vez brinca com formas geométricas, desta vez em três dimensões. Quatro grandes formas, bola, pirâmide, cilindro e cubo são pintadas de preto e branco, e esta pintura se estende até uma parede. O detalhe é que a pintura simula um jato de luz, sendo que a tinta preta faz as vezes de sombra. Uma sombra fixa, que independe da luz que o espectador lança sobre a obra:

regina silveira instalações anamórficas ilusão de ótica

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E, por fim, em Desaparencias, a artista pinta telas e cavaletes que vão do piso, passando pela parede, até o teto do local. Alongadas, essas figuras se mostram "corretas" apenas do ângulo correto:

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Imagens via site de Regina Silveira, onde a artista expõe outras obras e tem críticas e depoimentos acerca de seus trabalhos. Dica via Empty Kingdom - Regina Silveira.