2018-12-28

Etiqueta corporativa: gentilezas acabam quando o trabalho começa - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/12/2018, com uma ouvinte que trabalha em uma empresa que elogia a quem sai, mas nunca os que estão trabalhando.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Etiqueta corporativa: gentilezas acabam quando o trabalho começa

elogios no trabalho

Uma ouvinte escreve: "Sou gestora de uma área, em uma empresa que emite circulares comunicando a saída de gestores, demitidos ou demissionários. Fico meio nauseada quando leio essas circulares, porque parece que os que vão embora são melhores do que os que ficam. Só há elogios ao trabalho feito e à importante contribuição que foi dada.

Como conhecemos muito bem os que saem, sabemos que só a minoria mudou para um emprego melhor. A maioria saiu mesmo por não aguentar o repuxo. Por que a empresa não usa o mesmo critério para elogiar aos que ficam e estão fazendo um bom trabalho?"


Bom, como a sua empresa tem circulares de saída, certamente ela tem também circulares de entrada, que anunciam os novos contratados. E basta uma leitura rápida para perceber que, não só os que saem parecem melhores do que os que ficam, como também os que entram parecem melhores do que os que já estão.

O nome desse malabarismo com palavras é etiqueta corporativa: uma maneira de amenizar uma saída e uma forma gentil de dar boas-vindas a quem chega. Mas como você bem sabe, as gentilezas acabam quando o trabalho começa.

Dito isso, você tem razão. Deveria haver mais elogios a quem os merece, e mais reconhecimento imediato. Mas essa falta de apreciação é bem antiga. Há 50 anos, o sambista Nelson Cavaquinho já reclamava dela quando cantava: "Depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidade."

Max Gehringer, para CBN.

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