Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 08/02/2018, com uma ouvinte que pensa em abrir um processo trabalhista contra a antiga empresa, mas tem medo por causa que o marido dela ainda trabalha lá.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Não se cale para que uma empresa que contorna a lei se beneficie do silêncio
Uma ouvinte escreve: "Trabalhei oito anos em uma empresa que registrava só uma parte do salário na carteira, e reembolsava o restante à parte. Infelizmente, fui desligada durante a crise, e não demorei a conseguir outro emprego. Mas estou em um dilema.
Quase todos os funcionários que saíam da empresa anterior, entravam na Justiça do Trabalho para receber os valores proporcionais a parte não registrada do salário. Eu faria o mesmo se o meu marido não trabalhasse naquela empresa, como gestor.
Estamos em dúvida se ele poderá sofrer alguma retaliação, ou até mesmo, perder o emprego, no caso de eu entrar com um processo trabalhista."
Bom, obviamente, você não deve abrir mão de receber o que é seu por direito, com base em uma suspeita de que isso possa prejudicar o seu marido.
Além disso, se a maioria dos empregados que saíram, moveu ações, essa é uma indicação de que a empresa usa o sistema de pagamento dividido como uma estratégia consciente. E, portanto, ela não irá estranhar se mais uma ação for interposta.
E finalmente, se o seu marido for um funcionário eficiente e a empresa demiti-lo por retaliação, quem vai sair mais prejudicada é a própria empresa, porque além de ficar sem um bom empregado, ela iria gerar mais uma causa trabalhista.
Portanto eu recomendo que você não se cale, para que uma empresa que está contornando a lei se beneficie do seu silêncio.
Max Gehringer, para CBN.
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