2008-08-11

Contradições na demissão - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a CBN, de sexta passada, dia 08/08/2008. Vai um pouco atrasada, mas vai. =)

Lembrando que o áudio original pode ser encontrado no site da CBN.

Contradições na demissão

"Fui demitida de uma empresa na qual trabalhei 5 anos", diz uma ouvinte. "E a explicação que meu gerente me deu me deixou com a pulga atrás da orelha. Ele me falou que a empresa precisava reduzir custos, e por isso ele tinha recebido uma ordem superior para demitir um funcionário. E escolheu a mim, porque ele sabia que eu teria facilidade para conseguir outro emprego. De fato, eu consegui, e agora, passados 7 meses, meu gerente me ligou para dizer que a situação da empresa já está novamente equilibrada e me convidou a voltar. O que eu faço?"

A sua história é meio absurda, mas eu já vi vários casos parecidos.

Começando pela demissão, a explicação do gerente foi um contra-senso. Se ele realmente precisava demitir UMA pessoa, ele não poderia ter demitido a que conseguiria outro emprego mais rapidamente, porque essa pessoa, obviamente, era a melhor funcionária do setor. E nenhuma empresa demite os melhores para preservar os piores. Portanto, a explicação que ele deu foi, no mínimo, estranha.

Mas, independente disso, a maioria dos demitidos que são convidados a voltar tende a aceitar. Apenas para ter a satisfação de provar que a demissão tinha sido injusta. Mas, após a pessoa passar uma semana circulando pelos corredores com um ar vitorioso, a realidade volta a tomar conta da situação. E a pessoa começa a perceber que tomou uma decisão puramente emocional, e não raramente, que tomou a decisão errada.

O que nossa ouvinte deve fazer é comparar racionalmente a situação que tem com a que está sendo oferecida, como se ela nunca tivesse trabalhado na empresa anterior. O salário será melhor? Que condições de desenvolvimento e de ascensão as duas empresas oferecem? Se não houver CLARAS vantagens para retornar, o melhor é a nossa ouvinte agradecer, recusar e se colocar a disposição para quando houver uma proposta melhor.

Quanto a parte da pulga atrás da orelha, a simples recusa já mostrará ao ex-gerente que ele dispensou quem não devia ter dispensado.

Max Gehringer, para CBN.


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Uma coisa que não foi citada é que se a empresa já demitiu a ouvinte uma vez, se ela (a empresa) passar por outra crise, o que é comum, provavelmente a pobre ouvinte vai estar na berlinda novamente. Isso porque a empresa já deixou claro que, em caso de emergência, a ouvinte era dispensável.

Nestes casos, é realmente bom pensar bastante, antes de aceitar uma oferta assim.

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