2009-02-04

Livro: Trapaça

Outro livro que li nestas minhas férias, é o novo Trapaça, de Matthew Klein. Ágil, com capítulos curtos e divertidos, o livro é uma delícia de se ler. Nada filosófico, nada para se pensar muito: o livro é entretenimento puro. Ou seja, ótimo para se ler embaixo da sombra de uma árvore ou em um café tranquilo, sem compromisso com o resto do mundo.

Eis a sinopse de Trapaça, de Matthew Klein:

trapaça capa livro
Trapaça vem chamando a atenção da crítica especializada e, principalmente, dos leitores dos países em que já foi pulicado - entre eles, Inglaterra, EUA, Japão, França e Espanha. Divertido, cheio de tiradas inteligentes e irônicas, difícil de largar, Trapaça focaliza o mundo dos golpistas.

Kip Largo, um veterano trapaceiro da região conhecida como Vale do Silício, vive honestamente, em sua terceira tentativa de sair da rotina de (grandes) golpes; o último envolvia o 'boom' das empresas pontocom e lhe rendeu uma boa temporada na cadeia. Porém, quando seu filho Toby se envolve com mafiosos russos e passa a correr perigo, Kip prepara um novo e ousado golpe.

Extremamente bem-humorado, o livro conquista pelos diálogos inteligentes, pela construção rica dos personagens e pela trama intrigante. De maneira bastante descontraída, assuntos importantes, como honestidade e natureza humana, são trazidos ao público.


Apesar de lidar com o mundo de golpistas, trapaças e golpes, o livro é um refresco, uma excelente diversão, comparado com a vida real que temos que lidar com certas trapaças e golpes...

No livro há até alguns capítulos entre a história principal, que mostram como alguns golpes são executados. Não recomendo ninguém a tentar repetí-los, mas é uma boa amostra de como golpistas de verdade agem. E também uma forma de "ficar mais esperto", caso você se encontre com algum.

Alguns trechos:

Uma pequena definição:

Denominemos enrolador aquele por quem a vítima da trama se interessa. O enrolador enrola a vítima para dentro da trama. Geralmente isso procede recorrendo-se à ganância da vítima, à sua vaidade ou às suas genitálias. Ou a todas as três.

vitima
Eu adoro a vaidade...

Sobre parceiros de negócio:

Esse é o problema de um Grande Golpe, se você quer saber. Exige meses de preparação. Não se pode administrar sozinho um Grande Golpe, e portanto ele exige que você monte uma equipe de pessoas competentes, com quem você trabalhe em conjunto, de quem seja íntimo, de quem consiga prever cada movimento. Exige, para resumir, confiança mútua.

Mas que tipo de gente se pode convidar para trabalhar num golpe? Simplesmente, gente desonesta. E é esse o problema. Como podemos confiar numa pessoa que secretamente tememos?


Crise de consciência? Não...

Todo mundo trapaceia. Algumas pessoas, de tão sórdidas, roubam da própria família. Algumas pessoas, de tão baixas, enganam os fracos e os velhos.

Então, considerando tudo, eu sou tão mau assim? Todo mundo está trapaceando todo mundo.

Eu sou o único com o escrúpulo de ganhar a vida honestamente com isso.


Conselho fundamental:

Nunca se esqueça de uma coisa: essa é a história de um golpe. Em um golpe, todos têm seus papéis, e todos sabem que é um teatro - todos a não ser um homem. A certeza que você quer ter, quando realiza um golpe, é a de que o homem não é você.

lionel hutz
Essa está na contracapa do livro.

E pra concluir, como concluir o golpe:

A grande questão, em todo golpe, é como concluí-lo. É fácil roubar; difícil é fugir. Você não quer que o seu alvo chame a polícia ou - no caso de ele ser um homem rico, poderoso e intimidador - te machuque com as próprias mãos e vá atrás de você até o fim do mundo.

O ideal é que, quando o golpe chega ao fim, seu alvo nem sequer saiba ter sido passado para trás. Ele deve pensar que o emocionante investimento dele fracassou devido a um telefonema mal compreendido, ou à falta de sorte, ou a algum desencontro. Ele deve até ficar ansioso para tentar o mesmo golpe outra vez! Portanto, a marca de um grande golpe é quando você pode aplicá-lo no seu alvo duas ou três vezes sucessivamente até depená-lo por completo. Se o seu alvo for embora sem saber que foi trapaceado, você foi bem-sucedido e deveria se orgulhar.

6 comentários:

  1. Por enquanto, em lugar nenhum.

    Mas dá pra comprar na livraria, hauhauhauha.

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  2. Essa gente que nunca ouviu falar em livro de papel, tsc, tsc, tsc...

    O tema do livro é interessante, mas seria pra isso mesmo, pra eu ler NAS FÉRIAS.

    Coisa que ainda estou longe de ter.

    [vc que é uma pessoa mto certa, tenho uma dúvida quanto a direito autoral: vc já pesquisou algo a respeito antes de publicar reportagens e trechos de livros e afins???]

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  3. Pra começo de conversa, eu não sou uma pessoa certa.

    Mas agora que vc falou, eu vi a lei de direitos autorais e li no artigo 46:

    III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;

    Então, neste caso, tudo OK, viu?

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  4. Eu te acho certo, ué, posso?

    E eu perguntei não por nada, é que eu publiquei um post no Sado, e eu iria colocar a capa da Folha de S. Paulo no meio do post, mas daí eu li lá na página que a reprodução só era permitida mediante solicitação pra Folha e pans, e pra não incorrer em problemas futuros, preferi colocar só um link para a imagem.

    Daí sei lá, queria saber se vc tinha alguma dica com relação a isso, e pans e tals. Sei lá, eu sou perdidona!

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  5. Poder, pode. Mas não significa que eu seja certo, hauhauhuah.

    Bem, segundo a minha humilde interpretação da lei, acho que vc podia ter colocado a imagem da capa da folha sim.

    Mas eu não sou advogado, sou apenas um pequeno blogueiro de tapa-olho, perna de pau e gancho na mão, hauhauhau.

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