'Descobri que a empresa está procurando alguém para me substituir' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/07/2009, sobre um ouvinte que descobriu que pode ser demitido e não sabe o que fazer.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Descobri que a empresa está procurando alguém para me substituir'


Um caso sério relatado por um ouvinte: "Fiquei sabendo, através de um colega que trabalha no setor de recursos humanos, que a minha empresa está procurando um substituto para mim. Perdi o sono e o apetite. Nunca em meus dois anos nessa empresa, alguém me disse que meu emprego poderia estar em risco, até pelo contrário. Nunca fui criticado por meu superior e nunca cometi erros que pudessem levar a empresa me demitir. Essa situação não é um caso berrante de falta de ética? Eu não deveria ter sido o primeiro a ser informado?"

Começando pelas duas perguntas, as respostas são não e não.

Uma empresa não está faltando com a ética ao iniciar um processo sigiloso de demissão, assim como um empregado também não estaria sendo anti-ético se começasse a participar de um processo sem dizer nada à empresa atual. A única derrapada ética nesse episódio foi a do colega de recursos humanos, que vazou uma informação confidencial.

O nosso ouvinte saberá os motivos que levará a empresa a prescindir do trabalho dele, no momento em que houver a comunicação formal da demissão. Se ele decidir pedir explicações para o superior antes da consumação do fato, irá implicar o colega que passou a informação. E aí, haverá uma grande chance do colega também ser demitido. Por outro lado, pode ser que a demissão nem ocorra, pode ser que o colega de recursos humanos tenha passado uma informação equivocada.

Mas partindo da pior hipótese, a de que a demissão de fato irá acontecer, o melhor que nosso ouvinte pode fazer nesse momento, é começar a procurar outras opções, atualizar o currículo e entrar em contato com pessoas que possam recomendá-lo a uma vaga em outra empresa.

Mesmo que a empresa atual possa estar cometendo uma tremenda injustiça ao dispensar o nosso ouvinte sem nenhuma razão, o que é altamente improvável, ficar sem comer nem dormir, não irá ajudar em nada. Tentando extrair algo positivo de uma situação negativa, a inconfidência do colega deu ao nosso ouvinte, um tempo para se preparar para uma possível demissão. Não que isso seja lá uma maravilha, mas esse é um tempo que qualquer demitido gostaria de ter, e a grande maioria não tem.

Max Gehringer, para CBN.