Filme: Inimigos Públicos

Neste dia gelado, resolvi ver se esquentava um pouco assistindo um filme, no caso, Inimigos Públicos (ou originalmente Public Enemies). Saí do cinema ainda com frio.


O filme acompanha John Dillinger (interpretado por Johnny Depp, sempre excelente), famoso ladrão de bancos na época da Grande Depressão, e que ficou conhecido como inimigo público número 1, devido aos seus grandes roubos. Também acompanhamos o agente que o persegue, Melvin Purvis (Christian Bale), agente do embrionário FBI (até o icônico J. Edgard Hoover está aí). E pra completar o trio principal do filme, temos a "garota" de Dillinger, Billie Frechette (Marion Cotillard).

Mas a estrela do filme é mesmo Depp, seu John Dillinger se sobressai sobre todos os outros personagens, mesmo que o tempo em tela seja dividido, inclusive com vários coadjuvantes de luxo. Pra quem gosta de Lost, temos até Emile de Ravin (a Claire) fazendo uma ponta.


Mas apesar de todo o elenco afiado e boas atuações, eu achei o filme um pouco arrastado. Tendo aproximadamente duas horas e vinte minutos, em certos momentos me bateu um sono muito grande. Tudo bem que isso em parte é minha culpa, mas ilustra que certas passagens não eram tão interessantes assim.

O embate entre o ladrão e o policial, entre Depp e Bale, por exemplo. Na verdade, esse embate sugerido no trailer, nem chega perto de esquentar no filme. Na tela, cada um desses dois personagens percorre seu próprio caminho, que eventualmente cruza o do outro, mas não se pode nem dizer que eles são antagonistas. Não há tensão entre eles, e mesmo na cena da conversa entre os dois, em que Dillinger está preso, você não enxerga os dois como antagonistas.


A verdadeira tensão, o verdadeiro drama do filme é a passagem do tempo, a modernidade chegando. Sim, de certa forma, a novidade é o vilão da história. Mas de forma muito sutil. Tão sutil que a tensão acaba sendo mínima, exigindo uma boa dose de atenção.

Em suma, apesar de Inimigos Públicos ser vendido como blockbuster ou cinema para as massas, ele está mais para filme de arte/cult. O que não é nenhum demérito, mas não vá assistir o filme depois de um farto almoço, como eu fiz.

Trailer:



Um outro ponto de vista: a crítica do Hessel no Omelete.