2009-08-10

Paixão por subordinado no trabalho e compromisso com a carreira - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 10/08/2009, sobre relacionamentos, compromissos e carreira.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Paixão por subordinado no trabalho e compromisso com a carreira

coração flechado
Uma consulta que começa igual a tantas outras, mas é bem diferente. "Tenho 27 anos", escreve uma ouvinte, "e sou gerente de uma multinacional. Tive até agora uma ótima carreira e as perspectivas futuras também são promissoras. Porém, estou apaixonada por um subordinado, 3 anos mais jovem do que eu. A coisa ainda não engrenou, mais por indecisão minha. Pela primeira vez na vida, não sei o que fazer."

Ah, l'amour, l'aamour. Existem três componentes em qualquer relação amorosa: paixão, intimidade e compromisso. O que a nossa ouvinte tem, por enquanto, é a paixão. Aquela poderosa descarga emocional, que é mais fácil de sentir do que de explicar.

Paixão sem intimidade é amor platônico. E intimidade sem paixão é ficar. E paixão com intimidade é aquele período de grandes loucuras a dois. Mas o que de fato segura uma relação é o compromisso. Com o tempo, a paixão e a intimidade tenderão sempre a diminuir, e na medida em que isso vai acontecendo, o compromisso precisa aumentar na mesma proporção, para manter a liga da relação.

O compromisso exige sacrifícios. E o principal deles é o de tentar entender o ponto de vista da outra pessoa e apoiá-la sem egoísmo. Esse compromisso precisa estar acima de qualquer outro compromisso. E a primeira coisa que a nossa ouvinte precisa decidir é se o compromisso que ela pensa em assumir com o subordinado, será mais forte do que o compromisso que ela já assumiu com a carreira.

Por um motivo muito simples: quando a relação se tornar pública, e isso certamente acontecerá, a nossa ouvinte enfrentará problemas dentro da empresa. Tanto vindos de baixo, dos subordinados que a acusarão de eventuais favorecimentos ao amado, quanto vindos de cima, dos superiores que não verão com bons olhos uma relação pessoal que poderá influir no desempenho profissional. É por isso que a nossa ouvinte está tão indecisa entre a paixão, que é pura emoção, e a carreira, que é racional.

A minha sugestão: a nossa ouvinte deve ajudar o amado a encontrar outro emprego. E somente depois disso, assumir a paixão. Com a vantagem de que ao propor a ele esta solução, ela irá descobrir qual é o verdadeiro grau do compromisso dele. Porque não se pode descartar a possibilidade de ele estar interessado em namorar a chefe, e não, a mulher.

Max Gehringer, para CBN.

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