Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 11/11/2009, sobre salário e idades.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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É preciso respeito com os mais antigos e compreensão com os mais jovens
Algumas vezes eu guardo uma mensagem que recebo para usá-la num momento mais apropriado. Mas poucas vezes essa providência deu tão certo quanto hoje.
Há um mês guardei a mensagem de um ouvinte que tem 48 anos de idade e 24 anos na mesma empresa. A queixa dele é que jovens estão sendo admitidos com salários maiores que o dele. E isso, na opinião do ouvinte, é uma injustiça atroz para alguém como ele, que deu pela empresa o sangue, metade da vida e 70% dos cabelos. Pior ainda, diz o ouvinte, os jovens fazem piada sobre os mais antigos.
Ontem recebi uma mensagem de um ouvinte de 23 anos, que diz o seguinte: ”Fui admitido por uma empresa, mas meus colegas de trabalho são todos veteranos, tanto em idade quanto em tempo de casa. Eu não sabia disso quando entrei, mas ganho mais do que eles. E isso criou uma situação muito chata. Quase ninguém conversa comigo, e sei que pelas minhas costas, a maioria fica fazendo piadinhas.”
Bom, para começar, ganhar bem não é culpa, é mérito. A empresa reconheceu esse mérito ao propor ao jovem, o salário inicial mais alto. Até aí, tudo bem. Mas ninguém iria esperar que os mais antigos dissessem: “Que maravilha! A empresa admitiu um jovem prodígio ganhando 40% a mais que nós.” Eles vão dizer: “Que empresa ingrata é essa, que esquece quem fez dela, o que ela é hoje.”
Já ganhar mal tem um componente de culpa. Mas é aquele tipo de culpa que nunca ficou muito clara na cabeça dos mais antigos. Eles cumpriram fielmente e com eficiência, o que a empresa determinou. Só que lá fora dos muros, o mundo estava mudando. Alguns jovens estavam estudando mais, se aperfeiçoando mais, saltando de um emprego para outro mais rapidamente e com isso, conseguindo, ao mesmo tempo, mais experiência e melhores salários.
É a chegada de um desses jovens à empresa, que mostra a passagem do tempo. E deixa cristalino que os mais antigos deixaram de fazer algumas coisas que poderiam ter feito pela própria carreira. Por exemplo, ter prestado mais atenção às exigências do mercado de trabalho, que através dos anos só foram aumentando.
Ao jovem, eu recomendaria respeito aos mais antigos. E a estes, eu recomendaria compreensão com os mais jovens. Tirando isso, uma carreira é construída através da competição para ver quem faz melhor o que é pago para fazer. No fim, cada dia é um novo dia, e vence quem apresenta os melhores resultados. E não quem faz as melhores piadas.
Max Gehringer, para CBN.
é... axo q ja ta na hora de eu arrumar um emprego novo.... senao vou acabar ficando que nem o velhinho
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