'Fui demitida sem explicações depois de 21 dias' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/11/2009, sobre como o contrato de trabalho pode ser terminado unilateralmente.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Fui demitida sem explicações depois de 21 dias'


"Estou indignada", escreve uma ouvinte. "Fui contratada por uma empresa e dispensada após 21 dias. Na hora de me comunicar a demissão, meu gerente me disse que preferia não entrar nos detalhes dos motivos que causaram a minha saída. Ele me desejou boa sorte com aquela cara de fuinha, e praticamente me colocou para fora da sala dele.

Durante os 21 dias que trabalhei, não recebi orientações, somente críticas por não estar no mesmo ritmo de meus colegas de setor. Como poderia eu estar no mesmo ritmo? Eles tinha anos de casa, e eu, poucos dias. Considero tudo isso um acinte, e vou ingressar na justiça contra a empresa, solicitando uma indenização pelos dissabores que passei."

Como a nossa ouvinte não fez uma pergunta, mas uma afirmação categórica, eu acredito que ela realmente esteja disposta a acionar a empresa. Nesse caso, eu sugiro que nossa ouvinte espere um mês antes de tomar qualquer providência prática. A raiva do momento não é uma boa aliada para uma decisão que precisa ser antes de tudo, racional.

Para nossa ouvinte, e para os demais ouvintes que poderão passar por casos similares, eu faria uma pequena observação. Um contrato de trabalho pode ser terminado unilateralmente, a qualquer momento. Ou por uma decisão da empresa, ou com o pedido de demissão do empregado.

E nenhuma das duas partes tem a obrigação legal de explicar o motivo do término do contrato. Nem o empregado que se demite, nem a empresa que dispensa. Sem sombra de dúvida, seria profissionalmente saudável que houvesse uma explicação educada e detalhada de quem tomou a decisão de terminar o contrato. Mas isso não é obrigatório.

Por isso, eu recomendaria que nossa ouvinte, após aguardar um mês, consultasse um bom advogado, para poder entender que tipo de processo ela poderia mover, quanto tempo iria demorar e quais seriam as chances de sucesso.

E que ela também consultasse pessoas que trabalham na área de Recursos Humanos, para poder entender os efeitos que um processo pendente poderiam causar em sua carreira. Com essas informações, a nossa ouvinte poderá pesar prós e contras. E aí, decidir o que será mais recomendável fazer.

Max Gehringer, para CBN.