2009-12-10

Círculo de relacionamentos deve começar pela própria empresa - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 10/12/2009, sobre como o networking deve começar pelos colegas da própria empresa.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Círculo de relacionamentos deve começar pela própria empresa

coffee break networking
Um ouvinte escreve para dizer que não tem nada com seus colegas de trabalho, e nem quer ter, a não ser relações estritamente profissionais. Ele conversa pouco, não participa de rodinhas, não faz parte de panelinhas e se dedica exclusivamente às suas tarefas, tentando ser um profissional eficiente naquilo que é pago para fazer.

Como seria de se esperar, os colegas isolaram o nosso ouvinte. Não que ele esteja sentindo falta das conversas fiadas e das fofocas, mas ele pergunta, só para descarregar a consciência, se o jeito dele de ser, poderá ter alguma influência negativa em seu futuro profissional.

Sim, poderá e terá.

Faz um par de semanas, eu recebi uma ligação de uma pessoa, o Airton. E eu deduzi que o Airton não sabia como andavam as coisas, porque ele me perguntou: "E aí, Max. É o Airton. Como andam as coisas?" E eu confuso, respondi: "Desculpe, quem está falando?"

O Airton me falou o sobrenome dele, e eu não lembrei quem ele era. O Airton então me disse que ele tinha trabalhado comigo, e eu continuei não me lembrando. Por fim, o Airton explicou que havia indicado o meu nome como fonte de referência para uma vaga a qual ele se candidatara, porque o diretor da empresa me conhecia. E eu disse que, caso o diretor me ligasse, eu sem dúvida nenhuma, diria tudo o que sabia sobre o Airton. Ou seja, que eu não me lembrava dele.

Não é que eu tenha problemas de amnésia ou coisa do gênero. É que o Airton, se realmente trabalhou comigo, não conseguiu deixar nenhuma lembrança em minha memória. Nem boa, nem ruim. Eu me lembro de uma infinidade de pessoas que trabalharam comigo, e todas elas tinham uma característica em comum: elas conversavam comigo. Sempre e muito.

O círculo de relacionamentos que a maioria dos profissionais pensa que consiste em travar conhecimentos com pessoas de outras empresas, na verdade começa pelo local mais fácil: a própria empresa.

Ninguém sabe onde estará daqui a três ou dez anos, e de quem irá precisar. Tornar-se conhecido pelo maior número de colegas no presente, e deixar marcas para ser reconhecido no futuro, é uma espécie de poupança profissional. Um dia, e esse dia sempre chega, ela renderá juros.

Espero que o nosso ouvinte reflita bem sobre o assunto, e faça um esforço para ser lembrado quando precisar ser lembrado.

Max Gehringer, para CBN.

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