Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 15/12/2009, sobre reconhecimento, não apenas profissional.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Como não cair no esquecimento?
"Olá", escreve uma gentil ouvinte. "Eu não sei se minha dúvida irá fazer algum sentido, mas vamos lá. Eu trabalho há 16 anos, passei por três empresas e não posso reclamar de minha carreira. As oportunidades que eu não tive foram em razão de minhas deficiências, e não por má vontade ou perseguição de meus superiores. Mas, as poucas oportunidades que tive, eu soube aproveitar.
Agora, e talvez esse seja o efeito do fim do ano, eu me pergunto se tantas pessoas que eu já conheci no trabalho, ainda se lembram que eu existo. Por isso, eu olho para os meus colegas atuais, gente na qual eu converso todos os dias, gente que se emociona e chora junto comigo, e me ponho a pensar que daqui a 10 ou 20 anos, talvez eu nem me lembre mais da maioria dessas pessoas. E nem elas vão se lembrar de mim. Esse é o meu questionamento. Não sei, como eu disse, se isso faz algum sentido."
Faz todo sentido. Existem profissionais no mercado que se tornam figuras extremamente conhecidas. Quase sempre, são pessoas que criaram empresas, a ponto de a pessoa e a empresa se tornarem uma só entidade.
Mas, isso não acontece com empregados, porque a memória da empresa é curta. Empregados podem ser valiosos no momento presente, mas mesmo um profissional que consiga grandes resultados numéricos, dificilmente será lembrado por isso após 20 anos.
O que deixa a imagem de uma pessoa gravada na memória daqueles que um dia trabalharam com ela, é a emoção. Pessoas carinhosas, simpáticas, atenciosas, bem humoradas, serão muito mais lembradas do que um gerente que fez as vendas crescerem 18%, no ano de 1995.
Com o tempo, os números desaparecem e o que permanece é a essência humana. Pessoas que choram serão mais lembradas do que pessoas sérias e compenetradas em suas tarefas diárias.
A nossa ouvinte, igualmente, será lembrada pelos momentos em que ela fez quem estava ao redor dela, se sentir melhor. Eu diria, sem medo de errar, que ela tem menos chance de cair no esquecimento, do que alguém neste momento e na empresa dela, está estufando de orgulho por ter conseguido aumentar o faturamento.
Estatísticas apenas garantem um reconhecimento fugaz. Ser uma pessoa querida pelos colegas, é que garantirá o reconhecimento permanente. Pode não encher o bolso, mas fará bem ao coração.
Max Gehringer, para CBN.
gostei da foto
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