2009-12-08

Comparação salarial com colegas de trabalho, e não da universidade - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 08/12/2009, sobre comparações salariais entre ex-colegas de faculdade e atuais colegas de empresa.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

Comparação salarial com colegas de trabalho, e não da universidade

salário dinheiro envelope
"Faz três anos que me formei numa faculdade de renome", escreve um ouvinte. "Assim como a grande maioria de meus companheiros de turma, não tive problemas para conseguir o meu primeiro emprego. Porém, quando a nossa turma se reuniu este ano, para comemorar o terceiro aniversário da nossa formatura, alguém lá sugeriu fazermos uma pesquisa secreta de salários. Cada um de nós escreveu num papel quanto está ganhando por ano. E no fim da reunião, os resultados foram apresentados. Para minha surpresa, fiquei entre os últimos colocados, aqueles com menores salários. Será que não estou sabendo administrar a minha carreira?"

Nada disso. Fazer comparações salariais diretas com antigos companheiros de escola, é um engano muito comum no mercado de trabalho.

Se a mesma pesquisa for repetida nos próximos cinco anos, os resultados mostrarão grandes alterações nas posições, a cada ano que for passando. Alguém que num ano estava próximo do topo, pode ir para a rabeira, dois anos depois. E vice-versa. Isso porque o mercado é dinâmico, e a curva salarial não é linear.

Alguns formandos conseguem empregos iniciais com salários maiores, enquanto outros entram em empresas que pagam menos aos recém-contratados, mas irão proporcionar planos de carreira mais sólidos em médio e longo prazo.

Oportunidades surgirão mais cedo para uns e mais tarde para outros.

Se em seus três anos na empresa atual, o nosso ouvinte nunca desconfiou que poderia ter entrado numa canoa furada, é porque ele não entrou. E o único efeito da pesquisa salarial será, como parece estar sendo, a de gerar caraminholas na cabeça dele.

As comparações com companheiros de escola só começam a fazer sentido após quinze ou vinte anos de formado, quando a carreira estará encaminhada ou estabilizada. Aí sim, quem ficou para trás, dificilmente irá recuperar o atraso.

E há também um outro aspecto a considerar. Alguns dos companheiros podem ter mentido na pesquisa, talvez até por brincadeira.

Por isso, a única avaliação possível que nosso ouvinte pode fazer, é a de se comparar com os colegas de trabalho. Ele está ficando para trás em relação aos que entraram na empresa na mesma época que ele? Se está, aí sim há alguma coisa que ele deveria ter feito e não fez.

É nisso que eu sugiro que o nosso ouvinte se concentre. No que ele precisa fazer para superar a si mesmo, todos os dias. Sem se preocupar se a galinha do vizinho bota ovo mais amarelinho.

Max Gehringer, para CBN.

2 comentários:

  1. eu tb axo que sou uma das que menos ganha.. ó_ò.. o que me conforta é que ainda nao sou a ultima da lista.. XD

    ResponderExcluir