2010-03-27

Filme: Um Sonho Possível

Hoje fui assistir o filme pelo qual Sandra Bullock ganhou o Oscar de melhor atriz principal, Um Sonho Possível (ou originalmente The Blind Side, algo como o lado ou ponto cego). Já tinha visto o trailer, e não esperava muito do filme, então fui mais pela curiosidade de ver a atuação da moça. E, apesar de não ser espetacular, me surpreendeu.

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Um Sonho Possível adapta para as telonas a história real de Michael Oher (no filme, muito bem interpretado por Quinton Aaron), jogador de futebol americano que tinha tudo para dar errado. Negro, nascido na parte pobre da cidade, foi cedo separado da mãe, uma viciada. Pulando de lar em lar, sendo sempre "empurrado" para o próximo responsável, ganha a oportunidade de estudar em uma boa escola cristã. Claro que o professor/treinador está interessado nas habilidades atléticas do rapaz, já que ele é enorme e demonstra ter bastante força e agilidade.

Mas Michael, ou como é apelidado (a contragosto), Big Mike, tem diversos problemas. Além do desempenho acadêmico naturalmente baixo por ter sido empurrado de ano pelas outras escolas (uma coisa idiota que vem sendo implantada no ensino brasileiro, de não deixar a molecada repetir de ano), ele quase não fala, fechado em uma concha de autoproteção, o que o deixa com aparência de quase um retardado.

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Pra piorar, com problemas na casa adotiva, Mike se vê nas ruas, onde acaba sendo acolhido pela personagem de Sandra Bullock, Leigh Anne Tuohy, uma forte decoradora e mãe de família, que acaba incorporando o grandão à sua família. É praticamente uma família perfeita (e a cara do sonho americano), que quase sem rusgas aceita o novo membro. Destaque para o filho mais novo, Sean Junior ou apenas SJ (Jae Head), que logo se apega ao "irmão mais velho", e que apresenta no filme, o alívio cômico, com boas cenas.

Esse alívio cômico, também apresentado em outras circunstâncias, serve para amenizar um pouco o drama, que não é nada suave. Entretanto, o filme opta por um caminho mais leve, tirando o foco do drama no passado e focando na superação do personagem, usando um contexto esportivo para isso. E isso o filme faz muito bem, sendo um bom representante do gênero de filmes feel good, isto é, aquele tipo de filme feito pra gente sair do cinema com um sorriso e/ou se sentindo bem.

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Logo no começo de Um Sonho Possível, é explicado praticamente tudo o que um espectador que não entenda nada de futebol americano, como a maioria dos brasileiros, precisa saber do esporte, bem como o significado do título original. E é também nesta introdução que é explicada o que, e como é a característica dominante (além dos atributos físicos, claro) que o jovem Michael tem e que estará intimamente ligada ao esporte.

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Apesar de ótimas atuações (Sandra Bullock está ótima, mas não sei se tanto assim pra um Oscar), o filme tem alguns defeitos. É visível a escolha do roteiro em mostrar o lado de superação, do amor da nova família, em detrimento do passado de Michael. Há inclusive uma fala do marido de Leigh Anne, que exemplifica isso muito bem. Não lembro exatamente as palavras, mas ele diz que uma das maiores qualidades de Michael é esquecer (o seu duro passado). Mas o passado é um fantasma que vira e mexe nos visita, e no filme, ele também assombra. Entretanto, essas ocasiões são a parte fraca do filme, onde tudo parece um tanto falso. Outro ponto que ficou, eu não diria falso, mas pouco inexplorado e deixado de lado, foi as consequências que a família enfrentou, o preconceito por adotar um garoto pobre e negro. Isso foi mostrado, mas bem superficial e ligeiro, quase como uma nota de rodapé.

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Em suma, Um Sonho Possível tem seus defeitos, mas é um filme legal, então dá pra relevar alguns defeitinhos. Não é espetacular, e sinceramente não acho que merecia uma indicação ao Oscar, mas é um filme de superação, e a Academia parece gostar bastante do gênero (basta ver o sucesso, merecido, de Quem Quer Ser um Milionário). E se você for mais emotivo(a), prepare seus lencinhos, pois a sala do cinema é escura, mas deu pra ouvir muitas gargantas engolindo em seco e narizes fungando, e que não eram do filme.

Trailer:



Para saber mais: site oficial do filme, crítica no Omelete (feita pela gracinha da Carina) e texto na Wikipedia (de verdade) sobre o Michael Oher (na vida real).

4 comentários:

  1. eu gosto desses dramas carregados de superação e lálálá, vou ver.

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  2. Eu gosto de dramas.

    Eu gostei do trailer.

    Eu verei. Someday.

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  3. Acabei de ver: adorei! muito bom

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