Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 13/05/2010, sobre os palavrões no ambiente de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Os palavrões no trabalho
"Trabalho num escritório em que palavrões são parte da rotina", escreve uma ouvinte. "Isso me ofende porque contraria a formação que eu tive em casa, e que procuro transmitir agora, a meus filhos. Estou pensando em escrever uma carta à diretoria. Você acredita que isso teria algum efeito prático?"
Vamos começar pela conclusão. Concordo inteiramente com você. A língua portuguesa tem um vocabulário muito rico. E para cada palavra chula, existe um termo neutro e apropriado. Dito isso, os costumes mudam com o passar do tempo. O palavrão não é uma regra que foi gravada em pedra há mil anos, é uma convenção social que vai se alterando de geração para geração.
Eu tenho um amigo que trabalhou na TV Tupi, lá nos primórdios da televisão no Brasil, e ele me contou que havia uma lista de palavras consideradas inaceitáveis, porque feriam a moral e os bons costumes. Pronunciar uma dessas palavras no vídeo provocaria reações extremadas dos telespectadores, dos anunciantes, das autoridades e do clero. Nesta lista constavam palavras como nádegas, prostituta e sexo.
Hoje, essas palavras são repetidas a rodo na tv, e ninguém mais acha que elas sejam profundamente ofensivas. Da mesma forma, quando a atriz Vida Alves deu um inocente selinho nos lábios do ator Walter Foster, no primeiro beijo da tv brasileira, aconteceram várias manifestações de repúdio em São Paulo, contra essa cena despudorada. Hoje, novela sem beijo é como pão sem farinha.
Então, voltando ao começo, uma convenção social é algo que a maioria da sociedade considera aceitável. Se você trabalha num escritório com mais 30 pessoas, e se 29 delas não se ofendem quando ouvem uma palavra que você considera ofensiva, isso significa que você se tornou uma exceção. Não que você esteja errada, muito pelo contrário. Apenas você decidiu se manter fiel às suas convicções.
Porém, existem no Brasil, empresas que proíbem palavrões durante o expediente. E existem empresas que liberam o uso de palavrões, porque elas imaginam que isso torna o ambiente mais informal.
A conclusão é aquela que você não gostaria de ouvir. Quando a cultura da empresa se choca com a cultura do empregado, é mais fácil mudar de empresa do que mudar a cultura dela. Mas no seu caso, não custa tentar. Eu sugiro que você escreva a carta, porque a sua causa é justa e é nobre.
Max Gehringer, para CBN.
Porra... fui obrigado a comentar nesse caralho.
ResponderExcluirTipo... Porra, caralho, merda... são palavras neutras e que não são mais consideradas palavrão, hahaha..
Mas eu tenho uma história legal de um gerente financeira que trabalhava do meu lado e ela tinha fama de brava (mas não falava palavrões), o dia que o computador dela não queria funcionar ela deu um soco na mesa e berrou:
- Ahhh... essa PPPPPPPP...unheta.
momentos épicos do escritório, todos cairam na gargalhada.
gosto de falar palavrões para nos confraternizar e tirar a tensão acumulada.. ahauihuiahuha.. mas na escolinha é proibido pq senon uma criancinha inocente pode ouvir, e começar a falar tambem, ai fudeu
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