'Por que não sou chamado para nenhuma entrevista?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 02/06/2010, sobre currículos enviados, mas sem ter como resposta uma entrevista de emprego.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Por que não sou chamado para nenhuma entrevista?'


Hoje vou tentar responder a uma pergunta que se repete diariamente, em muitas das mensagens que recebo. A pergunta é: por que não sou chamado para nenhuma entrevista?

Os ouvintes que escrevem, mencionam a sua boa experiência profissional, quando estão desempregados. Ou a sua formação acadêmica, quando estão em busca do primeiro emprego. E aqueles que estão empregados, revelam o desejo de mudar, para terem em outra empresa, as oportunidades que não estão tendo na empresa atual.

O caminho seguido pela maioria é o mesmo: currículos enviados para dezenas de empresas, por correio ou email, e cadastramento em sites de empregos. E aí, nada acontece. Silêncio total da parte de quem recebeu o currículo.

A resposta é a seguinte: empresas não chamam profissionais para entrevistas, só porque elas receberam um currículo. Empresas programam entrevistas quando têm uma vaga para ser preenchida.

O segundo ponto, que eu já enfatizei em comentários anteriores, é o do preenchimento de uma vaga por indicação direta. Isso ocorre em mais da metade dos casos, reduzindo ainda mais a possibilidade de uma entrevista.

Como o envio de currículos por email e o cadastramento em sites são opções de custo zero para os candidatos, as empresas vêm sendo inundadas por currículos. O diretor de uma multinacional me contou que diariamente chegam 400 currículos por via eletrônica. No máximo 10 vão para o banco de dados. E o restante é discartado. Mas nem mesmo os 10 que sobram, são avisados, para evitar expectativas que podem não se concretizar.

Então esse é o cenário. Não é a idade, nem a experiência, nem o modelo do currículo. A possibilidade de uma entrevista é remota porque o número de vagas abertas é infinitamente inferior ao número de currículos recebidos sem terem sido solicitados.

É por isso que o serviço público vem atraindo uma multidão cada vez maior de interessados. Enquanto durar a festa, é uma bela opção profissional. No mais das vezes, o salário inicial é superior ao da iniciativa privada, as exigências de escolaridade são menores, não é preciso conhecer ninguém, não é necessário enviar currículos. E principalmente, não há entrevistas.

Max Gehringer, para CBN.