Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 05/07/2010, sobre o estilo de liderança do (ex)-técnico da seleção brasileira, Dunga.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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O estilo de liderança de Dunga
Pois é. Perdemos. Estamos fora da Copa. Essa semana não haverá meio dia livre para torcer pela seleção. A produtividade será melhor, mas o humor será pior.
Nestes dois dias, vários ouvintes me escreveram, criticando o estilo de liderança do técnico da seleção. Alguns chegaram a compará-lo com os piores tipos de chefes que existem no mercado de trabalho: os chefes autocráticos que não ouvem opiniões alheias e que dão preferência a funcionários sem imaginação e cumpridores de ordens.
De minha parte, eu só lamento que aquilo que a Copa do Mundo tem de melhor, ela também tem de pior: o período de quatro anos entre duas edições. Por um lado, isso aumenta exponencialmente a emoção. Por outro lado, em nenhuma empresa um gol contra só poderá ser reparado se for dali a quatro anos.
Mas, se eu posso usar algo que aprendi em empresas, esse algo é que não adianta procurar culpados para um fato que não pode mais ser corrigido. Pode-se e deve-se, usar o erro em si, como um ponto de partida para um novo plano de ação, evitando que o mesmo erro seja cometido.
Mas em futebol, o que normalmente acontece numa derrota, é apontar rapidamente alguém que possa carregar a culpa. Em uma empresa, quando alguém comete um erro, é despedido, ou pede a conta. E a direção irá encontrar um substituto que não incorra no mesmo tipo de erro.
O técnico Dunga foi a resposta da direção para a falta de vontade de 2006. Esse erro não foi repetido em 2010.
E agora, como o novo técnico será escolhido? Quais são os critérios para selecionar o treinador mais aceitável dentre dezenas de potenciais candidatos? Ninguém sabe. A escolha é feita por meia dúzia de senhores numa sala fechada. A CBF não é um órgão do governo, e nem é uma empresa privada que tenha que dar satisfações a seus acionistas. Ela só se torna pública porque lida com a paixão dos torcedores.
Mas no fim, os senhores da CBF sabem que tudo sempre acabará sobrando para um única pessoa: o técnico. Se ele ganha, é gênio. Se não ganha, não tem perdão. O técnico também sabe disso, e está disposto a ganhar e a pagar por isso.
Essa é a diferença entre trabalho e futebol. Quando se lida com a razão, sempre existe uma explicação correta. Quando se lida com a emoção, todas são, e nenhuma é.
Max Gehringer, para CBN.
Sinceramente, eu gosto do Dunga, apesar de tudo, mas quem sabe o flipão dá jeito!
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