Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/08/2010, sobre as chances de um ouvinte ao se ver desempregado.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tenho 47 anos, trabalho desde os 19 e fui dispensado pela 1ª vez'
"Tenho 47 anos, trabalho desde os 19 e fui dispensado pela primeira vez em minha vida", escreve um ouvinte. "Sempre trabalhei em empresas de porte, mas após quatro meses procurando outro emprego, começo a perceber que minha experiência não está sendo valorizada. As propostas que recebi até agora são para ganhar bem menos do que eu ganhava em meu último emprego, no qual passei oito anos. Estou em dúvida se aceito e rebaixo meu salário, ou se continuo tentando até encontrar algo que me satisfaça, sem saber se vou conseguir encontrar."
Vamos lá. Em casos como o seu, a primeira tentação é a de culpar as empresas por discriminação, como se elas estivessem se aproveitando da sua idade e da sua situação, para pagar menos do que você merece. Na verdade, o que aconteceu é que o nível dos candidatos a emprego aumentou muito nos últimos dez anos. Para uma vaga que exigiria apenas 12 anos de estudo, aparecem bons candidatos que estudaram o dobro.
Com o tempo, as empresas adaptaram os seus pré-requisitos a essa nova realidade. A visão da empresa é elementar: se há candidatos cuja qualificação está acima do que a vaga exige, e que estão dispostos a aceitar o salário oferecido, por que não contratá-los?
Essa prática criou uma situação nova, para profissionais que deixaram de estudar e se atualizar, principalmente em relação à informática. Enquanto estão empregados, esses profissionais têm a impressão que o estudo não está fazendo falta. Ao se verem sem emprego, eles descobrem que faz muita falta.
Como o nosso ouvinte informou o histórico acadêmico detalhado dele na mensagem, eu notei que o último curso que ele concluiu foi há 22 anos. De lá para cá, uma geração inteira ingressou no mercado de trabalho, acumulou experiência e concluiu cursos que já se tornaram uma exigência em processos de seleção.
Eu espero que nosso ouvinte consiga uma vaga numa empresa de porte, ganhando até mais do que ganhava, mas isso só acontecerá por uma indicação direta. Em processos sem referências de terceiros, eu lamento dizer que as chances do nosso ouvinte são muito pequenas.
O nosso ouvinte pode optar por empresas de menor porte, mas o que eu recomendo é que ele volte a estudar, porque ele ainda terá muitos anos de carreira pela frente. E mesmo as empresas de porte menor irão aumentar as exigências para contratação, nos próximos anos.
Max Gehringer, para CBN.
O meu medo é de me tornar uma dessas pessoas, porém trabalhando 28 anos na mesmíssima empresa.
ResponderExcluiro problema que eu vejo não é tanto os anos em apenas um empresa, é a falta de qualificação. Hoje o mercado tá mto exigente, a gente tem que viver procurando se qualificar cada dia mais.
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