2010-10-05

Entrevista de saída pode ser útil para a empresa e não prejudica o demitido - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 05/10/2010, sobre entrevistas de saída.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Entrevista de saída pode ser útil para a empresa e não prejudica o demitido

entrevista de saída
"Pedi demissão", escreve uma ouvinte, "e fui chamada ao setor de recursos humanos para fazer uma entrevista de saída. Uma funcionária pegou uma folha e começou a me fazer perguntas, e eu fui respondendo sinceramente. Ao final, a funcionária pediu que eu assinasse o documento, e eu respondi que queria ler antes de assinar. Ao ler, notei que minhas respostas poderiam ser interpretadas como críticas, porque o relatório somente tinha perguntas sobre situações e fatos negativos. Ponderei que a empresa tinha muitas coisas boas que não me foram perguntadas, e me propus a fazer um relatório pessoal. A funcionária disse que não era necessário e encerrou a entrevista. Estou em dúvida se esse documento é obrigatório e se a minha recusa em assiná-lo pode vir a me prejudicar."

Não, não é obrigatório. Você poderia simplesmente ter se recusado a responder as perguntas, se quisesse. Mas você fez bem em responder. A entrevista de saída é importante porque revela à empresa os motivos que levam a alguém pedir a conta, como foi o seu caso. Com uma análise consciente desses relatórios, será possível corrigir falhas internas e evitar que outras pessoas também queiram sair.

Foi por isso que as perguntas se concentraram mais nas coisas que desgostaram você. Ninguém pede demissão se tudo está bem. O fato de você não ter assinado o questionário, também não tem importância. O que interessa à empresa é a sua opinião, e você já a tinha dado.

Eu espero que a empresa faça bom uso das informações que você forneceu, porque eu conheço empresas em que essa entrevista de saída é meramente uma formalidade burocrática e a folha é arquivada na pasta do demitido, sem que providências sejam tomadas. Ou, o que é ainda pior, o relatório é avaliado, mas as respostas não são levadas em consideração, como se o demitido estivesse exagerando, ou vendo tudo errado ou sendo ingrato.

Quando bem utilizada, a entrevista de saída pode mostrar para uma empresa que ela não está sendo vista como gostaria de ser vista. Eu conheço uma empresa, uma só, cujo presidente lê todas as entrevistas de saída, e ele diz que faz isso porque poucas informações que chegam a um presidente são tão claras e tão objetivas, quanto a opinião sincera de quem está indo embora.

Max Gehringer, para CBN.

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