Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 15/10/2010, sobre idealização e vida prática no mercado de trabalho ao fazer entrevistas de emprego.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Pedi demissão porque não gostava do ambiente da empresa'
"Tenho 20 anos", escreve um ouvinte. "Comecei a trabalhar aos 18 e tive dois empregos até agora. Fiquei dez meses no primeiro e oito meses no segundo. No primeiro, pedi demissão porque não via possibilidade de progresso profissional. E do segundo, saí porque fiquei decepcionado com a maneira como a empresa tratava os seus colaboradores, um ambiente frio, para dizer o mínimo. Estou há quatro meses buscando outro emprego, e tenho sido sincero quando os entrevistadores me perguntam porque eu saí dos empregos anteriores. Mas eu sinto que a minha sinceridade incomoda quem me entrevista. Resultado: não tenho conseguido nada."
Vamos lá. A reação de cada um depende da expectativa pessoal. Eu diria que quanto mais baixas forem as expectativas, melhor e mais rapidamente um profissional irá se adaptar a qualquer empresa. No seu caso em particular, você idealizou o que o mercado de trabalho deveria ou poderia ser.
A diferença entre idealização e vida prática é que empresas não contratam empregados para que eles tenham uma carreira de sucesso. Isso é a consequência. Empregados são contratados com a finalidade de executar tarefas bem definidas de curtíssimo prazo. Aqueles que fazem isso com mais eficiência, se destacam.
Já no tocante ao ambiente de trabalho, ele varia enormemente. Há empresas mais tradicionais, que você preferiu chamar de frias, e há outras mais liberais, tanto no traje quanto no relacionamento entre as pessoas.
Nas entrevistas que vem fazendo, você está, de certa forma, expressando o que uma empresa deveria fazer por você, quando o entrevistador está mais interessado em saber o que você poderia fazer pela empresa.
Não estou dizendo que você esteja errado. Estou apenas enfatizando o que você já descobriu. Que candidatos dispostos a aceitar o que a empresa é, têm mais chances de serem contratados.
Se você um dia considerar a possibilidade de vir a ter o seu próprio negócio, você entenderá melhor o que eu tentei explicar. Ao entrevistar os candidatos que irão trabalhar para você, será que você contrataria alguém que se comportasse na entrevista como você vem se comportando, ou você daria preferência aos candidatos que aceitassem os seus pontos de vista?
Max Gehringer, para CBN.
Fantastico essa materia dele!
ResponderExcluirHahahaha
ResponderExcluirGente, 8 meses... 10 meses... Filho, nesse período você mal conseguiu mostrar a que veio. O que é isso? Geração Y, que acha que vai de office-boy a presidente da empresa a um ano? Ouvinte fofinho, você precisa de um choque de realidade. Galgar carreira é uma coisa que leva anos para se fazer. Antes disso, você precisa deixar sua marca no mercado e mostrar o que tem a oferecer. E te garanto que em 8 ou 10 meses de empresa não dá para fazer isso (eu já fui promovida de estagiária a funcionária em 8 meses de empresa, mas é um caso raro).