Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 09/11/2010, sobre a relação entrevistador, empresa e candidato.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tento explicar que tenho filhos, mas entrevistadores não me dão atenção'
"Pela primeira vez após onze anos", escreve uma ouvinte, "estou procurando emprego e venho fazendo entrevistas, até agora sem sucesso. Tenho escolaridade e experiência para competir pelas vagas a que me candidato, mas tenho também uma situação pessoal que tento explicar aos entrevistadores. Sou mãe de dois filhos pequenos e preciso dar atenção a eles. Mas percebo que os entrevistadores não estão interessados em me ouvir. Já fui cortada várias vezes antes de terminar minhas explicações. É isso mesmo? O mercado de trabalho se tornou insensível?"
Bom, pelo contrário, eu acredito que o mercado tenha se tornado mais sensível nas últimas duas décadas. Mas vamos tentar entender as diferenças entre sensibilidade e praticidade.
Uma empresa abre uma vaga. E sai procurando candidatos adequados a ela. Nas entrevistas, cada candidato passa por uma bateria de perguntas de interesse da empresa, até o entrevistador se sentir satisfeito e poder decidir quem será o o escolhido. Do outro lado da mesa estão os candidatos, e cada um deles tem algum tipo de situação peculiar. Ou familiar, no caso da nossa ouvinte, ou de tempo para estudar, como é o caso de muitos jovens.
A nossa ouvinte pode, e deve, perguntar ao entrevistador qual é o procedimento da empresa em relação a horas extras, ou a saídas ocasionais durante o expediente, ou a ligações particulares no trabalho. Nenhum entrevistador que conheço se recusaria a responder qual é a política da empresa. A partir das respostas que ouviu, o candidato pode decidir se aquela empresa é adequada ao que ele procura.
A coisa muda de figura quando um candidato começa a relatar uma situação pessoal, esperando que a empresa considere mudar seus procedimentos, para acomodar um caso individual. Empresas médias e grandes não fazem isso, porque a única maneira de manter um ambiente estabilizado é deixando claro o que pode e o que não pode. Por exemplo, uma empresa pode ter uma norma de horário flexível para todos os funcionários. Mas, se não tem, não irá criar uma norma para um só.
A minha sugestão é que a ouvinte direcione a sua busca para empresas menores. E principalmente as familiares. Elas tendem a ser mais receptivas a questões pessoais, porque têm menos empregados e porque o dono pode mudar as regras sem precisar consultar ninguém.
Max Gehringer, para CBN.
Realmente grandes empresas não abrem mão de suas regras assim. Concordo com Max, em empresas menores talvez ela tenha mais sucesso.
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