Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 15/12/2010, sobre inflexibilidade no ambiente de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Inflexibilidade sem causa' cria rótulo indesejável, mas pode ser corrigida
"Estou confuso", escreve um ouvinte. "Estou nesta empresa faz quatro anos e participei de um processo interno de seleção para uma vaga que eu queria muito. Fui bem na parte técnica, e a última etapa foi uma dinâmica entre os cinco finalistas. E eu fui descartado porque, segundo o avaliador, sou inflexível. Eu caí das pernas porque não me considero inflexível, muito pelo contrário. Agora, além de não ter conseguido a vaga que eu queria, acredito que acabei ficando com um rótulo que pode me prejudicar em processos futuros. Por que será que eu passei essa impressão falsa ao avaliador?"
Bom, a primeira característica do inflexível é a de negar que ele seja. Todo inflexível se considera autêntico e seguro de suas opiniões. Mas o avaliador não teria chegado a conclusão que chegou se o nosso ouvinte não tivesse dado, durante a dinâmica, repetidas demonstrações de inflexibilidade.
Mas vamos ao futuro, que é o que interessa. Não é preciso que o nosso ouvinte mude radicalmente de atitude nas próximas dinâmicas. A tática é: começar concordando para depois discordar. Se o participante fizer uma afirmação e o nosso ouvinte tiver uma opinião oposta, ele deve dizer algo assim: "O ponto do colega é válido, mas eu gostaria de abordar a questão por outro ângulo". E aí, emitir o seu parecer sem criar um confronto.
Inflexibilidade é a característica de quem não ouve o que os outros têm a dizer, porque está convencido de que a sua própria opinião é definitiva e suficiente. Ao demonstrar que pelo menos ouviu o que o outro falou e deu a ele um mínimo de crédito, a inflexibilidade se dilui.
Outro ponto importante é não interromper quem estiver falando. O inflexível é sempre impaciente e já mostra isso nos gestos, antes mesmo de cortar o colega que está falando. E finalmente, o nosso ouvinte não deve confundir flexibilidade com concordância geral e irrestrita.
Chefes tendem a ser inflexíveis quando a situação exige uma posição mais dura, e as empresas apreciam isso. Mas o verdadeiro inflexível se revela quando não precisa discordar e discorda. Quando poderia ouvir e não ouve. Quando não precisaria interromper e interrompe. Essa é a inflexibilidade sem causa que, de fato, cria um rótulo indesejável, mas que é facilmente corrigível.
Max Gehringer, para CBN.
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