Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 01/03/2011, sobre duas empresas concorrentes e um ouvinte que deve passar de uma empresa para outra.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Como lidar com a concorrência?
"Eu trabalho em um setor que basicamente tem duas grandes empresas concorrentes", escreve um ouvinte. "Desde que entrei aqui, aprendi que devemos odiar o nosso principal concorrente. Não podemos nem mencionar o nome dele. Esse sentimento começa no menosprezo a tudo o que o concorrente faz, e termina numa crença de que nós somos gênios e todos os funcionários da concorrência são idiotas.
Para dizer a verdade, eu sempre achei meio ridículo essa história de que do lado de cá está o supra-sumo do mercado, e do lado de lá, só tem lixo. Mas sempre remei a favor da maré, embora muitas vezes me sentisse preso numa gaiola, sem poder dizer o que eu pensava.
Só que faz duas semanas, um cliente comum às duas empresas indicou o meu nome para um diretor do concorrente. Aceitei ter uma conversa confidencial com esse diretor e recebi uma proposta para mudar. Em uma situação normal eu aceitaria correndo. Mas sei que na hora em que eu falar que simplesmente conversei com alguém da concorrência, o mundo vai desabar sobre a minha cabeça. O que seria melhor, eu sair sem dizer para onde vou, ou dizer a verdade e aguentar o linchamento interno?"
Eu, em seu lugar, diria que recebi a proposta, avaliei e decidi aceitar. Eu conheço algumas empresas como a sua, e posso lhe assegurar que nada do que você diga irá minimizar o impacto da notícia. Você será acusado de traidor, no mínimo. Pode até ser que a sua empresa invente algumas inverdades a seu respeito para mostrar aos que ficam, que quem é bom não sai. Ou quem sabe, e essa é a maior vantagem de dizer a verdade, a sua empresa até lhe faça uma proposta para você ficar.
Você talvez tenha que passar um dia desagradável quando anunciar a sua saída. Mas o ponto é que, quando duas empresas competem ombro a ombro pela liderança do mercado, uma não pode ser perfeita e a outra não pode estar contando apenas com a sorte para suprir a idiotice geral.
Se a proposta é realmente boa, vá em frente. Eu apenas lhe sugiro que você não fale bem da sua empresa atual quando começar na próxima. Muito provavelmente, ela não será muito diferente de sua empresa atual. As palavras usadas por lá talvez sejam outras, mas o sentimento de menosprezo ao concorrente será bem semelhante.
Resumindo, ao sair você não estará batendo asas para a liberdade. Estará apenas saindo de uma gaiola para entrar em outra.
Max Gehringer, para CBN.
hahahah.. que imagem ilustrativa engraçada vc pegou... vc sempre pega umas imagens bacaninhas
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