2011-03-18

O currículo deve conter um histórico médico do candidato? - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 18/03/2011, sobre o histórico médico na hora da seleção de emprego.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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O currículo deve conter um histórico médico do candidato?

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A consulta de hoje pode ser útil a muitos ouvintes. Uma ouvinte escreve para dizer que sofre de diabetes e nunca forneceu essa informação em entrevistas. Após ser contratada e revelar que tinha a doença, a nossa ouvinte era sempre repreendida pelos chefes, que diziam que ela deveria ter mencionado o fato, ou no currículo ou na entrevista. E a pergunta dela é: deve-se acrescentar o histórico médico no currículo?

A resposta é não. E se nada for perguntado na entrevista, o candidato também não precisa contar. Todas as empresas fazem um exame médico pré-admissional. E cabe ao médico decidir se o candidato tem uma doença incapacitante para desempenhar uma função. Se algo precisa ser dito pelo candidato, isso deve ser dito ao médico e não ao entrevistador. Porque somente um médico terá condições de avaliar a extensão de uma doença e a sua real implicação no trabalho.

Eu acredito que os exames médicos que a nossa ouvinte fez nas contratações anteriores foram superficiais, como acontece na maioria das empresas. Eu não conheço nenhuma que exija um check-up completo e rigoroso para contratar alguém.

E imagino também que o médico tenha perguntado à nossa ouvinte sobre outras doenças, porque essa é a praxe do exame. Não sei o que a nossa ouvinte respondeu. Se ela respondeu que tinha diabetes e o médico a aprovou assim mesmo, ótimo. Se ela respondeu que não tinha nada, o médico colocou isso no relatório, e a empresa poderá considerar esse fato como quebra de confiança. Isso porque o exame médico é parte do processo de seleção e mentir no exame é como mentir na entrevista.

De qualquer forma, fica aos candidatos a sugestão de só comentar questões médicas com médicos, os únicos credenciados a tomar decisões clínicas. Ao entrevistador cabe a tarefa, que não é pequena, de avaliar as aptidões profissionais do candidato.

Max Gehringer, para CBN.

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