2011-03-02

'Recebi proposta para mudar de cidade, mas pretendia casar no próximo ano' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 02/03/2011, com um ouvinte em dúvida se muda de cidade para uma promoção ou fica com a noiva.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Recebi proposta para mudar de cidade, mas pretendia casar no próximo ano'

mudança
Um ouvinte escreveu para dizer que a empresa em que ele trabalha há seis anos acenou com uma bela oportunidade de promoção. Só que numa cidade em outro estado, bem distante da cidade em que ele nasceu e vive até hoje.

"Olhando apenas os números", escreve o ouvinte, "não há muito o que pensar. Mas eu gostaria de saber o que mais precisa ser avaliado em uma mudança dessas, principalmente porque tenho planos para me casar no ano que vem, e minha noiva está enxergando essa transferência como o fim do nosso relacionamento."

Vamos lá. Profissionais que se dão bem nesse tipo de mudança possuem duas características. A primeira é a facilidade de adaptação que diz respeito a coisas materiais: moradia, a comida, o transporte e os costumes locais. A segunda característica é emocional: é o apego à família, a necessidade de conviver com os amigos, e no caso do nosso ouvinte, a opinião da noiva.

O trabalho em si será a menor das preocupações. O lado emocional é que pega.

O primeiro sintoma é a conta do celular. Pessoas que demoram mais a se adaptar gastam o primeiro salário ligando e conversando longamente com quem ficou para trás. Já profissionais mais individualistas e mais seguros de si, ligam uma vez por semana, só para informar como as coisas estão.

Quando o lado emocional começa a se manifestar, na forma de solidão ou de saudade, o lado material sofre o golpe: a comida parece pior do que é, os costumes locais parecem estranhos, os vizinhos de prédio parecem mais chatos e todos os motoristas parecem barbeiros.

Essa é a primeira avaliação que o nosso ouvinte precisa fazer: que tipo de pessoa ele é? Aquela que não sente o efeito da distância ou aquela que precisa e gosta de um ombro amigo, um abraço e um papo gostoso.

Caso ele conclua que se dará bem vivendo sozinho, vem a parte mais importante: a opinião da noiva. Muito provavelmente, embora não tenha dito isso ainda, ela está contra a mudança porque é o tipo de pessoa que precisa da família por perto, e já sentiu que será muito difícil abrir mão dessa proximidade. E não dá, como nosso ouvinte já percebeu, para combater pontos de vista emocionais com argumentos racionais.

Logo, razão ou coração, eis a questão. O que é mais importante, a carreira ou a noiva? Se for preciso abrir mão de uma para ter a outra, qual escolher? Essa é a decisão que nosso ouvinte precisa tomar, e ninguém poderá tomar por ele.

Max Gehringer, para CBN.

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