2011-08-30

'Não tenho dado sorte em entrevistas' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/08/2011, sobre fatores na comunicação que podem atrapalhar uma entrevista de emprego.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Não tenho dado sorte em entrevistas'

gagueira
"Por algum motivo, não tenho dado sorte em entrevistas", escreve um ouvinte que me mandou uma alentada lista de cursos que ele já concluiu. E me pergunta que curso ainda estaria faltando.

Nenhum. O fato de você ser chamado para entrevistas já mostra que o seu currículo se sobressaiu. Então, onde está o problema? Muito provavelmente, na sua dificuldade para se expressar diante do entrevistador. Este é o mais comum dentre todos os empecilhos que eliminam candidatos com boa formação acadêmica.

Não sei qual é o seu caso específico, mas aqui vai uma lista para que você, e outros ouvintes em situação semelhante, possam se autoavaliar.

Primeiro: a timidez. O candidato fala pouco, deixa frases incompletas e seus olhos passeiam pela mesa e pela sala, mas raramente encaram o entrevistador.

O segundo: a ansiedade. O candidato fala num tom mais acelerado e mais alto do que o normal, e sua linguagem corporal mostra que nenhuma posição lhe parece confortável.

Terceiro: a insegurança. O candidato parece não acreditar em seus atributos e por isso enfeita demais as respostas, adicionando dados e fatos desnecessários para tentar impressionar o entrevistador.

Quarto: a confusão. O candidato tem dificuldade para articular o seu pensamento e estica demais uma resposta que poderia ser breve. E, não raramente, muda de assunto no meio da resposta.

Em todos os casos, o candidato sai da entrevista com a impressão, correta, de que falou o que não deveria e não falou o que poderia. Essa carência de expressão verbal pode ser resolvida com aulas de oratória. Ou, nos casos mais agudos, com terapia ou fonoaudiologia.

O mais importante, porém, é reconhecer a existência dessa deficiência de comunicação, em vez de acreditar que ela poderá desaparecer com mais um curso acadêmico.

Max Gehringer, para CBN.

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