2011-11-21

'Até que ponto o salário compensa pelo que eu deixo de fazer por mim?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 21/11/2011, sobre a qualidade de vida e salário.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Até que ponto o salário compensa pelo que eu deixo de fazer por mim?'

atarefada qualidade de vida dinheiro

Um ouvinte escreve: "Tenho 27 anos e trabalho há seis anos em uma empresa que tem um ritmo alucinado e desgastante. As cobranças não param nem por um minuto e não sobra tempo nem para respirar. Nos finais de semana, levo trabalho para casa, para poder terminar o que ficou pendente.

Sei que isso parece ruim, mas acontece que eu ganho muito bem e tenho certeza de que não conseguiria outro emprego com remuneração sequer parecida com a que recebo aqui. Além disso, a empresa é altamente conceituada no mercado, e quando ela abre uma vaga para trainee, a fila de pretendentes é enorme. Para completar, meus amigos vivem me dizendo que ganhei na loteria quando entrei nessa empresa e brincam que estou chorando de barriga cheia quando reclamo do desgaste.

Toda essa situação tem me deixado sem saber se estou fazendo a coisa certa. A minha dúvida é: até que ponto o salário compensa o que eu provavelmente estou deixando de fazer para mim mesmo?"


Bom, eu lhe diria que há um limite físico e mental para esse tipo de entrega profissional. E esse limite está na proporção direta daquilo que cada um considera mais importante na vida. Para quem valoriza o dinheiro e a carreira, esse limite só vai ser atingido depois dos 50 anos. Para quem, como você, que deseja ter uma vida mais balanceada, o limite chega bem mais cedo.

A questão é que você teria que abrir mão de parte do que tem para poder começar a buscar o que gostaria de ter. E essa é uma decisão difícil.

Eu só lhe daria um conselho, se você quiser ouvi-lo: não faça de um emprego a razão de sua vida. Se trabalhar incessantemente fosse o principal motivo para estarmos neste mundo, não haveria nele tantas coisas bonitas.

Max Gehringer, para CBN.

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