2011-12-29

'Sou perfeccionista e meu chefe não valoriza meus esforços' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/12/2011, sobre um ouvinte perfeccionista que tem um chefe que não é perfeccionista também.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Sou perfeccionista e meu chefe não valoriza meus esforços'

perfeccionista monk

"Sou perfeccionista", escreve um ouvinte. "Quero que meu trabalho saia perfeito e confesso que não consigo ignorar os colegas que fazem tudo mais ou menos, na base do atropelo, e mesmo assim ficam se achando o máximo. Meu problema é que meu chefe não percebe ou não valoriza os meus esforços. O que posso fazer a respeito?"

Vamos lá. O perfeccionista tem duas características bem marcantes.

A primeira é a atenção a pequenos detalhes que no fundo não têm qualquer importância para o resultado final. Por exemplo, ao receber um projeto para ler, o perfeccionista imediatamente nota que as margens estão desalinhadas. E isso o incomoda, embora não vá influir em nada no projeto em si.

E a segunda característica é de ter baixíssima resistência à críticas. Isso se explica porque o perfeccionista é o maior crítico de si mesmo. Por melhor que ele faça alguma coisa, ele sempre vai achar que poderia ter feito melhor ainda.

Chefes que não são perfeccionistas, e a maioria não é, não conseguem entender porque um subordinado pode gastar tanto tempo com minúcias. Possivelmente é isso o que o nosso ouvinte quis dizer quando mencionou que o chefe não valoriza os seus esforços. O chefe está mais preocupado em chegar a um objetivo dentro dos prazo estabelecido, do que em apresentar um trabalho perfeito em todos os sentidos, porque ele sabe que isso demandaria mais gente, mais tempo e mais recursos.

Mas respondendo ao nosso ouvinte, o que ele poderia fazer a respeito é tentar entender o que realmente a empresa espera dele, já que ele está destoando do grupo por procurar a perfeição, onde ela não é nem exigida, nem necessária.

Só que não tenho a menor dúvida de que o nosso ouvinte discordará da minha sugestão, porque se ele concordasse com ela, não seria um legítimo perfeccionista.

Max Gehringer, para CBN.

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