2012-04-12

Não dá para conciliar a serenidade do interior com a agitação da capital - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/04/2012, sobre as diferenças entre o interior e as capitais.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Não dá para conciliar a serenidade do interior com a agitação da capital

cidade florianópolis

Um ouvinte escreve para dizer que ele e a esposa deixaram seus empregos na capital e se mudaram para uma cidade de porte médio no interior, há 400 km de distância. O objetivo era proporcionar qualidade de vida e segurança, para eles mesmos e para os filhos pequenos.

O casal conseguiu trabalho na cidade. Ele numa empresa, e ela como professora particular. E ambos ficaram felizes ao descobrir que mesmo ganhando menos do que ganhavam na capital, foram beneficiados pelo custo de vida mais baixo do interior.

Tudo isso faz um ano. Agora, conta o nosso ouvinte, eles estão sentindo que muita coisa que no começo parecia positiva, começou a parecer negativo. Na parte social, quase nada acontece na cidade. Não há um shopping, nem um bom cinema e os restaurantes fecham às nove da noite.

Na parte profissional o nosso ouvinte já descobriu que não terá muita chance de progresso. Talvez ele possa subir mais um degrau na empresa, mas daí ele não passará. Ou seja, a vida ficou monótona e sem perspectivas. Nosso ouvinte pergunta se faria um mal negócio retornando para a capital.

Bom, eu diria que não há como conciliar a serenidade do interior com a agitação da capital. Nem como pretender construir uma carreira em uma cidade que tem poucas empresas e funcionários com muitos anos de casa.

Uma opção seria mudar para uma cidade mais próxima da capital e viajar para o trabalho todos os dias. Mas de modo geral, uma mudança para longe do lugar onde fomos criados, requer um grande esforço de adaptação, principalmente quando há filhos envolvidos.

Não há um período de tempo determinado para decidir se o melhor é ficar ou voltar. Mas há um momento. É quando a situação começa a influir, não na carreira, nem na vida social, mas na estabilidade do casamento.

Max Gehringer, para CBN.

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