2012-06-07

'Apesar de bons resultados no trabalho, minha cara de menininha não permite que seja promovida' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/06/2012, sobre como lidar com a aparência estética na carreira, com um caso de uma mulher que tem jeito de menininha e está com dificuldade para que seja reconhecida no trabalho.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Apesar de bons resultados no trabalho, minha cara de menininha não permite que seja promovida'

trabalhadora menininha

Uma ouvinte escreve: "Tenho 29 anos, cara de menininha, tamanho de menininha e apelido de menininha. Isso tem atrapalhado a minha carreira porque não sou levada a sério. Nunca fui considerada para um cargo de liderança, embora meus resultados me qualifiquem para uma promoção."

Muito bem. Posso lhe garantir que neste momento há muitas mulheres no Brasil que dariam um caminhão de botóx para poder se encaixar na descrição que você fez de si mesma. Mas vamos lá. Acredito que você já tenha feito o que é necessário para ter uma imagem mais adulta, como saltos, estilo de cabelo e roupas formais em tom neutro. Já do ponto de vista profissional, você afirma que seus resultados são bons.

Bem, eu conheço várias mulheres que têm características iguais às suas e nem por isso tiveram a carreira prejudicada. Uma delas é presidente de uma empresa e quem olha para ela jamais imagina, à primeira vista, que ela ocupe a função de maior importância numa grande organização. Quando eu a conheci, eu não resisti e perguntei se a estatura e o visual dela não tinham sido um empecilho. Ela me deu uma resposta ótima: "Quando você fala mais alto, você parece mais alto". Se alguém mencionava o tamanho dela, ela respondia que o único tamanho que interessava era o da competência. E ela construiu a carreira usando as características físicas como alavanca, e não como trava.

No sentido contrário, muitos bons profissionais se rendem a uma característica estética, atribuindo a ela tudo o que poderia ter acontecido e não aconteceu. Assim como eles, a nossa ouvinte não tem uma deficiência. Tem uma vantagem psicológica, que ela ainda não aprendeu a usar.

Max Gehringer, para CBN.

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