2012-11-19

'Não me aperfeiçoei nos últimos anos' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/11/2012, com um ouvinte que não se aperfeiçoou nos últimos anos e agora acha que é tarde demais.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Não me aperfeiçoei nos últimos anos'

velho vs. novo

Esta mensagem de um ouvinte me pareceu mais uma confissão do que uma consulta. O ouvinte escreve: "Não percebi o tempo passar. Tenho 34 anos e estou empregado, mas nos últimos oito anos não estudei, não me aperfeiçoei, não procurei novas oportunidades e no meu trabalho não fiz nada além do que fui e sou pago para fazer. Hoje percebo que meus colegas de trabalho sabem mais do que eu. É uma meninada cheia de opiniões próprias, que fala inglês, domina a informática e não hesita pedir a conta se aparecer coisa melhor. Sem perceber, eu me tornei o funcionário mais antigo do setor. E não sei se estou sendo pessimista, mas me vejo numa situação ambígua. Sou muito jovem para me sentir velho e muito velho para me sentir jovem."

Bom, a mensagem do ouvinte termina aí mesmo, nesta reflexão filosófica sobre a incerteza. Para começar, eu diria ao nosso ouvinte que ele não está sozinho. A maioria dos profissionais passa por esse momento de autoavaliação entre os 35 e 45 anos. Felizmente, para o nosso ouvinte, ele acordou cedo. Ele teria bem mais dificuldades para se readaptar caso acordasse depois dos 45 anos.

O que ele pode fazer já, é voltar a estudar. Se ele não fala inglês, esse seria o primeiro curso. Mas há outros cursos, de curta duração, técnicos ou de gestão, que ele também poderia fazer. Não só para retomar o aprendizado, mas principalmente para conhecer e ouvir pessoas de fora da empresa dele. Gente que pode oferecer opiniões, sugestões e eventuais oportunidades.

É claro que, ao retomar o passo, o nosso ouvinte não passará a pensar e a agir como se fosse um adolescente. Mas posso garantir que ficará aliviado ao descobrir que aos 34 anos, ainda não queimou nem metade da lenha que tem para queimar.

Max Gehringer, para CBN.

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