2013-07-24

'Meu chefe colocou uma ameaça por escrito a toda a equipe' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/07/2013, com o caso de um chefe que colocou uma verdade por escrito que todo mundo já sabe, mas não fala por causa do politicamente correto.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Meu chefe colocou uma ameaça por escrito a toda a equipe'

assédio moral

Um ouvinte escreve: "Não sei se meu gerente é irresponsável por natureza ou se ele não foi bem orientado. Mas ele colocou uma ameaça por escrito para toda a equipe, afirmando que 'Os nossos empregos estarão ameaçados se não conseguirmos cumprir as metas de vendas do trimestre.' Estou enganado ou esse é um claríssimo caso de assédio moral?"

Bom, não sei se é tão claríssimo, mas pode ser considerado como tal. O caso de assédio moral que não deixa dúvidas quanto a suas intenções maléficas é o de um superior hierárquico que move uma perseguição contínua e constante a um único subordinado, não raramente submetendo esse subordinado a situações vexatórias e humilhantes na presença dos demais.

O que o gerente do nosso ouvinte fez foi dizer algo que vendedores estão até acostumados a ouvir, mas não a ler: que os empregos são garantidos pelos resultados.

Além disso, o gerente do nosso ouvinte não escreveu "os empregos de vocês", e sim, "os nossos empregos", o que inclui o dele próprio se as metas não forem atingidas. Esse então seria um caso inédito de assédio moral a si mesmo.

Entretanto, só posso concordar que o gerente não deveria ter escrito o que escreveu e nem poderia falar isso numa reunião com os vendedores. Não porque não seja verdade, mas porque nos últimos tempos aumentou bastante o nível de sensibilidade geral quanto ao politicamente correto e ao assédio moral.

Sob esse prisma, de fato, o gerente pisou na bola. Doravante, seria recomendável que ele verbalizasse de um modo mais carinhoso e mais polido, o que todo mundo já sabe.

Max Gehringer, para CBN.

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