2013-11-21

'Não sei se continuo no escritório de advocacia ou mudo para a área administrativa' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 21/11/2013, com uma ouvinte que se formou em Direito e agora está em dúvida se muda para a área administrativa.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Não sei se continuo no escritório de advocacia ou mudo para a área administrativa'

direito mercado de trabalho

Uma ouvinte escreve: "Eu me formei em Direito e trabalho em um escritório de advocacia. Não tenho horário, saio tarde todos os dias e ainda passo os meus finais de semana levantando subsídios jurídicos para os sócios do escritório prepararem as suas defesas de causas. Tenho várias amigas de minha idade que também se formaram em Direito, mas que trabalham em setores administrativos de empresas e ganham bem mais do que eu, além de trabalhar menos horas. Pergunto se faria sentido eu me mudar para uma área administrativa ou se vale a pena continuar como advogada?"

Vamos lá. O caso que você expõe é a cara do mercado de trabalho. Como mais de 80% dos formandos em Direito não conseguem passar no exame da OAB, o resultado é que administradores e bacharéis em Direito estão competindo pelas mesmas vagas.

A área administrativa, como um todo, oferece muito mais vagas do que a soma dos escritórios de advocacia, que normalmente possuem um número limitado de profissionais. Por isso, muitos bacharéis em Direito preferem se encaixar em uma empresa, fazer uma pós-graduação em Administração e seguir nessa área, pelo motivo que você mesma detectou: o salário costuma ser melhor, principalmente nas empresas de grande porte.

Então, somente valeria a pena você continuar onde está, se um dia pretender ter o seu próprio escritório de advocacia, sozinha ou em sociedade. Caso contrário, você pode ingressar na área administrativa de uma empresa e, quem sabe, conseguir, depois, uma transferência para o setor jurídico dela.

Max Gehringer, para CBN.

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