2016-03-24

Rotina do 'nem-nem' só pode ser conhecida por quem a vive na prática - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/03/2016, com o desabafo de um ouvinte que é classificado como 'nem-nem', ou seja, nem estuda, nem procura emprego formal e nem trabalha formalmente.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Rotina do 'nem-nem' só pode ser conhecida por quem a vive na prática

nem nem

Escreve um ouvinte: "Tenho 26 anos e pertenço ao grupo chamado de 'nem', aquele que nem trabalha, nem estuda, nem está procurando emprego. Percebo que quando essa situação é mencionada, o tom é sempre de crítica, como se fôssemos um bando de vagabundos e parasitas.

Eu encaro a situação de modo diferente. Quando ainda estava estudando e procurava emprego ou estágio, as ofertas que apareceram, algumas em empresas bem conhecidas, ofereciam um salário tão baixo que mal daria para sustentar um gato de estimação.

Decidi então viver na informalidade, fazendo de tudo um pouco, qualquer coisa desde consertar um computador até jogar poker online. Embora eu não tenha nem tirado carteira profissional, consigo faturar em média por mês, mais do que meu pai e meus tios ganham em empregos regulares que lhes arrancam diariamente o couro. Ah, e tenho um gato.

Estou escrevendo apenas para dizer que existe vida fora do mundo corporativo, mas a propaganda maciça que é feita sobre sucesso na carreira pode induzir muitos jovens a pensar que só existe um caminho na vida."


Muito bem. Agradeço a sua mensagem, devidamente repassada, sem julgamentos da minha parte quanto a sua opção.

A sua decisão e a de tantos jovens que escolheram o mesmo caminho só pode ser compreendida por quem a vive na prática, porque ela contraria o que sempre se falou sobre estudo e trabalho. Se você está feliz e satisfeito com a sua escolha, ótimo. E sinceramente, espero que você nunca se arrependa dela, pelo bem do seu gato.

Max Gehringer, para CBN.

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