Carcaça
Espero pelo dia em que formigas sairão pela minha boca,
Em que vermes se alimentarão desta já podre carcaça.
Caminhando entre ossos, crânio e a mandíbula oca,
Ah, os vermes... se incorporando numa disforme massa.
Neste dia, o corpo refletirá a alma, se tal coisa existir.
Podre, nauseabundo, carcomido, despedaçado...
Dizem que é bom viver; eu digo que é bom mentir;
Neste esgoto em que ratos dançam animados.
Sobre esta carcaça uns trapos dançarão ao vento.
E então o tempo irá parar, restando apenas o momento,
Em que os restos serão reclamados de volta à terra.
Ah, espero por este dia que não chega de vez,
Enquanto arrasto esta carcaça, meio morta talvez,
Em meio a minha própria e particular interior guerra.
Em um dia extremamente verborrágico, vc me deixou sem ter o que falar.
ResponderExcluirNão queria que ninguém se sentisse assim... carcaça. É... bah!
q sóbrio e cheio de fungos, esse poeminha... não sei pq, nao tem nada a ver, mas lembrei de um que eu adoro, axo que é o meu favorito, do Olavo Bilac.. se chama maldição...
ResponderExcluir"Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
- Hoje, velha e cansada da amargura,
Minh'alma se abrirá como um vulcão.
E, em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...
Maldita sejas pelo Ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!
Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!.."
hahahahhahahaaa.. sóbrio... XD
ResponderExcluirtalvez eu keria dizer sombrio...
Seus poemas, mesmo quando sombrios, são sempre um deleite.
ResponderExcluirEstava com saudades.