Transcrição (um pouco atrasada, eu sei) do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 03/07/2009, sobre a importância da educação, mas como ela também não é a única responsável pela sua carreira.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Vale a pena estudar?
"Olá. Minha pergunta é: vale a pena estudar? Veja o meu caso. Sou formado, tenho MBA, falo bem inglês e fiz vários cursos de especialização. Trabalho há 4 anos numa empresa de porte e ganho 1100 reais por mês. Aqui mesmo, existem pessoas de minha faixa etária que mal concluíram o curso superior, mas estão ganhando bem mais do que eu. Não estou afirmando que isso seja injustiça. Só gostaria de entender se perdi tempo e dinheiro fazendo tantos cursos."
Essa é uma ótima pergunta.
Vamos começar com alguns dados estatísticos conhecidos. O primeiro é que um profissional com curso superior ganha, em média, mais do que um que não fez faculdade. E o segundo é que um profissional com pós-graduação ganha, em média, mais do que um que só concluiu uma faculdade. Lembrando que "em média" significa a maioria, mas não todos.
Já o idioma inglês só começa a pesar no salário numa fase posterior, quando o profissional já subiu dois ou três degraus na hierarquia da empresa. O que quer dizer que aprender inglês será importante para o futuro e pode até influir numa contratação, mas não será imediatamente transformado em mais salário.
É bem possível que o nosso ouvinte tenha sido admitido por causa da bela bagagem acadêmica que ele acumulou. Mas essa vantagem, que pesou no processo de seleção, terminou no momento em que nosso ouvinte colocou a região glútea na cadeira. A partir daí, ele começou a competir, em condições de igualdade, com os colegas que fazem a mesma coisa que ele, não importa que cursos esses colegas fizeram ou deixaram de fazer.
Como eu já comentei, em ocasiões anteriores, há vários fatores que apressam ou retardam uma carreira, como o marketing pessoal, a habilidade para liderar antes de ser promovido a líder, e por aí vai. E, evidentemente, resultados práticos de curto prazo pesam mais do que qualquer título.
Estudar é essencial, sem nenhuma dúvida. As estatísticas mostram isso. Mas o nosso ouvinte limitou apenas ao número de diplomas, a conclusão a que ele chegou. Estatisticamente, ele partiu com uma vantagem acadêmica, mas na prática, ele ainda não somou nada a essa vantagem. E essa é a razão pela qual ele foi ultrapassado, em termos salariais, por colegas menos diplomados. Não é uma perseguição da empresa aos mais cultos. É o reconhecimento aos mais eficientes.
Max Gehringer, para CBN.
Sempre achei "estudar" uma perda de tempo..
ResponderExcluirFalava inglês e estava na faculdade e ganhva menos que um cara que havia concluido a oitava série e feito um curso pra aprender a guiar uma empilhadeira de caixas... o que descobri.
Estava na empresa errada, quem se dedica, estuda, faz cursos, deve procurar uma empresa que reconheçe o que ela fez e assim receber o que é merecido.