Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/11/2009, sobre por que certos chefes se concentram mais nos defeitos do que nas virtudes do subordinado.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Reconhecer o mérito alheio é uma virtude essencial no mercado de trabalho
"Tenho um chefe que faz questão de ficar apontando as minhas deficiências", reclama uma ouvinte. "Mas que não gasta nem um minutinho para elogiar o que eu faço de bom. Isso me deixa muito frustrada, porque parece que meus defeitos são mais relevantes do que as minhas virtudes."
Vamos começar com as boas notícias. Profissionalmente falando, todos nós temos mais virtudes do que deficiências. Para cada deficiência, temos quatro ou cinco virtudes.
Agora, vamos às más notícias. Virtudes precisam ser comprovadas na prática. Deficiências não precisam. Se alguém diz "eu não sou muito bom para falar em público", ninguém vai duvidar. Mas, se uma pessoa diz "eu sou um ótimo orador", todo mundo vai esperar uma ocasião para constatar se isso é mesmo verdade.
Outra coisa: deficiências são mais visíveis do que virtudes. Uma pessoa que é íntegra, cristalina, transparente e tem uma voz de taquara rachada, certamente será mencionada mais pela voz do que pelo resto, embora o resto seja muito mais importante.
Mas por que o chefe da nossa ouvinte, assim como a maioria dos chefes, se preocupa apenas com as deficiências? Porque os funcionários são contratados porque têm virtudes. E estão sendo pagos para transformar essas virtudes em produtividade. Como ninguém até hoje foi contratado pelas deficiências que tinha, o dever do chefe é se concentrar nessas poucas deficiências, para minimizá-las ou para eliminá-las.
Portanto, o chefe de nossa ouvinte, ao contrário do que parece, está enxergando as virtudes dela. Ele apenas sabe que todas essas virtudes já faziam parte do pacote de contratação. Como chefe, ele é pago para corrigir as deficiências que não estavam no pacote.
Evidentemente, mesmo agindo corretamente, o chefe da nossa ouvinte poderia dedicar um minutinho para fazer um elogio merecido. É exatamente isso que diferencia um chefe apreciado de um chefe abominado. Mostrar compreensão, apreço e sensibilidade.
Assim como nossa ouvinte, o chefe dela também tem mais virtudes do que defeitos. Mas ele está deixando de usar uma virtude essencial no mercado de trabalho. Uma virtude que tem custo zero, mas que rende muitos dividendos, tanto para chefes, quanto para subordinados ou colegas de trabalho: a virtude do reconhecimento do mérito alheio.
Max Gehringer, para CBN.
não existe reconhecimento de mérito maior do que aumento de salário, bonificações... até pq se elogios pagassem as minhas contas... eu tava muito bem
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