E pra aproveitar a ida ao cinema, assisti outro filme também, o recém-estreado O Livro de Eli (ou The Book of Eli no original). Sabe aqueles filmes bons, que você não vê a hora passar, e quando se dá conta, já está no final? Esse é um deles.
A história se move numa fluidez excelente com as imagens. A fotografia do filme (que imagino, foi aliada a muita tela verde, ou seja, CGI pra criar várias paisagens/cenários), é perfeita para se contar a história de Eli, um lobo solitário num mundo pós-apocalíptico. Entretanto, ao contrário de vários filmes desse gênero pós-apocalíptico, O Livro de Eli se foca no presente e futuro, deixando o passado apenas na mente daqueles que o viveram. Ou seja, não espere saber o que exatamente levou o mundo ao estado pós-apocalíptico, mas espere ver o que algumas pessoas fazem dele.
Neste mundo onde tudo é escasso, e que canibalismo é recorrente por causa disso, Eli (Denzel Washington) é um viajante com uma missão: ir a Oeste, levando um livro único (pois todas as suas cópias foram queimadas depois da Grande Guerra), e considerado um livro muito especial. Especial como um símbolo de fé, um guia, uma esperança, para alguns. Especial como uma arma de dominação, de controle, por outros. Sim, a palavra é mais poderosa que a espada, neste caso.
Viajando sozinho e sobrevivendo, Eli acaba numa pequena cidade, praticamente uma cidade do velho oeste pós-apocalíptica. Quem comanda esta cidade é Carnegie (Gary Oldman), que anda a procura de um livro em especial. E que não medirá esforços para consegui-lo, pois pretende usá-lo como uma arma, em suas mãos. E claro, Eli, com sua missão sagrada, não vai entregá-lo assim de mão beijada.
O Livro de Eli tem excelentes atuações, tanto Denzel Washington quanto Gary Oldman estão ótimos. Os efeitos especiais são usados com parcimônia, inseridos onde fazem sentido para a história, e não mostrados gratuitamente, como na maioria dos novos filmes. As sequências de ação também estão ótimas, até dá pra comparar o filme a um western com samurais.
E uma das qualidades do filme (que alguns apontarão justamente como um defeito), é o de não entregar ao espectador, a trama toda mastigadinha e sem margens para interpretações. Por exemplo, você pode acreditar ou não em alguma ajuda divina para o personagem, mas o filme não deixa claro se o que aconteceu foi mesmo uma obra do destino ou uma grande e feliz coincidência. (Você vê sinais ou apenas coincidências?.)
Como já disse, o filme é tão bom que, quando nos damos conta, já se passaram duas horas e nem sentimos o tic tac do relógio. Apesar disso, muitas pessoas se sentirão incomodadas com a não explicação de todo o filme. Que é o que acontece na vida real, a não explicação. Talvez, neste caso, elas devam ir ler o livro e falar com aqueles que têm resposta para tudo. Mesmo que as respostas não sejam verdadeiras.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete e página oficial em português (por quanto tempo fica no ar, eu não sei).
Esse filme parece me lembrar muito a história de Fallout 3... mas sei lá. Fallout tem outro foco.
ResponderExcluirAdoro essas paradas pós apocalipticas.
Sei lá, não conheço Fallout.
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