2009-01-11

Que tipo de pessoa você é? Sinais, coincidências e caminhos

Domingo passado passou na globo, o filme Sinais (Signs, no original), com Mel Gibson.

filme sinais
Na minha opinião, esse filme é o segundo melhor do M. Night Shyamalan, só perdendo pra O Sexto Sentido. Apesar de que eu acho as questões filosóficas de Sinais mais interessantes do que o filme do garoto que vê fantasmas.

Uma das cenas que eu mais gosto acontece quando Mel Gibson e Joaquin Phoenix estão conversando de noite, vendo na tv os pontos luminosos que apareceram no céu na Cidade do México.

Evidentemente assustados diante de todo o desconhecido, Joaquin, irmão mais novo no filme, pede algumas palavras de conforto para Mel Gibson, um ex-padre. E o que ele fala é algo que sempre me leva a uma reflexão: que tipo de pessoa eu sou... E você?

People break down into two groups. When they experience something lucky, group number one sees it as more than luck, more than coincidence. They see it as a sign - evidence that there is someone up there watching out for them. Group number two sees it as just pure luck, a happy turn of chance.

I'm sure the people in group number two are looking at those 14 lights in a very suspicious way. For them, the situation isn't 50-50. Could be bad, could be good. But deep down, they feel that whatever happens, they're on their own. And that fills them with fear.

Yeah, there are those people.

But there's a whole lot of people in the group number one. When they see those 14 lights, they're looking at a miracle. And deep down, they feel that whatever's going to happen, there'll be someone there to help them. And that fills them with hope.

See, what you have to ask yourself is, what kind of person are you? Are you the kind who sees signs, sees miracles? Or do you believe that
people just get lucky?

Or look at the question this way - is it possible that there are no coincidences?



(Parte do filme que acontece a fala descrita. Link direto para o youtube.)

Traduzindo:

"As pessoas se dividem em dois grupos. Quando elas experimentam algo com sorte, o grupo número um vê isso como mais do que sorte, mais do que coincidência. Eles vêem isso como um sinal - evidência de que há alguém em cima olhando por eles. O grupo número dois vê isso apenas como pura sorte, uma feliz virada do acaso.

Estou certo de que as pessoas do grupo número dois estão olhando para essas 14 luzes com suspeita. Para elas, a situação não é 50-50. Pode ser ruim, pode ser bom. Mas, no fundo, elas sentem que, aconteça o que acontecer, elas estão sozinhas. E isso as enche de medo.

É, há essas pessoas.

Mas há um monte de pessoas no grupo número um. Quando elas vêem essas 14 luzes, elas estão olhando para um milagre. E, no fundo, sentem que aconteça o que acontecer, haverá alguém para ajudá-las. E isso as enche de esperança.

Bem, o que você tem que se perguntar é que tipo de pessoa você é? Você é do tipo que vê sinais, vê milagres? Ou você acredita que as pessoas apenas têm sorte?

Ou veja a questão dessa maneira - é possível que não haja coincidências?"


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Eu até pouco tempo atrás, era uma pessoa do segundo grupo, convicto. Ultimamente eu nao sei mais.

Talvez eu esteja começando a vendo a conexão dos pontos, como diz o Steve Jobs. Se você ainda não viu esse discurso dele, veja, vale a pena. A primeira parte do discurso, legendada, está ai embaixo (ou o link direto), a segunda parte neste link.)


(Agradecimentos a B., que postou o vídeo e me lembrou desse discurso no ano novo.)

Tanta coisa aconteceu, tantas decisões tomadas meio a esmo, tanta coisa convergiu pra esses momentos que tenho vivido. E eu acho que em um momento decisivo, eu simplesmente não fiz o que deveria ter feito.

Porque agora, novos pontos parecem se formando, traçando um novo caminho. Porque o caminho anterior parece que eu perdi. Não o caminho em si, mas a chance de ir para um lugar que EU determinaria, e que gostaria de ir.

Talvez seja possível que não existam coincidências. Mas não, eu não acredito em milagres...

4 comentários:

Perdido disse...

Sei lá, tanta coisa que acontece(u), eu acho que alguem tem um plano!

As vezes eu acho que perco a oportunidade tambem! É foda.

Anônimo disse...

Pois é, querido... Eu também acho esta parte do filme melhor que ele inteiro. Acho que quanto mais jovens somos, mais imediatistas e menos perceptivos também somos. É impossível perceber sinais, ou ligar os pontos, pelo simples fato que não temos padrões comparativos suficientes. À medida que vivemos, quebramos a cara ou não, as percepções mudam. Daí, acreditar que tudo o que viveu de alguma maneira está conectado e te preparando para uma outra coisa completamente adversa é louco, mas não impossível de crer.

Acredito em sinais, mais do que gostaria e menos do que preciso. Minha vida é repleta de pontos aparentemente desconexos que vão se ligando ao longo do caminho.

Hoje, aos 38 anos, posso te dizer que mesmo o que não aconteceu em algum momento da minha vida, agora fazem total sentido. Portanto, não fique pensando no que não rolou e foque no que está acontecendo, nas novas oportunidades. Tudo na nossa vida, depende do que vem depois.

beijocas!

Márcia Engel disse...

É engraçado, a gente vai ficando mais velho e parece começar a compreender essas coisas, ou pelo menos vê-las de um modo diferente. Eu li seu post e me identificava com seu texto, vejo que tenho as mesmas idéias borbulhando na minha cabeça ultimamente. Talvez a percepção da gente vá melhorando com a idade e a experiência, talvez nosso olhar se torne mais amplo. Talvez isso seja um tipo de amadurecimento.

Beijos.

Anônimo disse...

eu aos 25 anos de idade já tive essa percepção e convicção de que não há coincidências! Por experiência própria de vida. Eu percebi aos 23 anos, e nesses dois anos so tenho refletido sobre tudo o que vivi ou pelo menos tudo que eu lembre e consigo conectar os pontos. Isso é meio complicado de assimilar, pois é dificil aceitar que não somos dono do nosso destino. Ou seja, não importa o que eu faça isso já estava sendo esperado. Mas o (plano mestre) é indecifravel olhando o que fazemos agora. Só conseguimos perceber quando analisamos o agora e olhamos o passado. E aí, os nossos planos pro futuro?? Mesmo sendo eu que planejo e faço de tudo para que ele se concretize, esse plano ja estava planejado pra mim?? Coisa louca hein!