Mostrando postagens com marcador maringá. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador maringá. Mostrar todas as postagens

2009-09-16

Velhos hábitos morrem com pessoas velhas

Que todos os hábitos de uma pessoa morrem com ela, isso é mais do que óbvio. Mas me refiro a pessoas que continuam vivas, mas que têm certos hábitos que acabam morrendo.

De certo que alguns hábitos já arraigados podem ser mudados, apesar de que o esforço empreendido para tal, costume ser imenso. Mas venho falar de outros velhos hábitos, que parecem existir desde sempre, e que de uma hora para outra, se vão. Assim como as pessoas.

Quando eu estudava em Maringá, morava num pequeno prédio muito bem localizado, de frente pra um supermercado (Condor, que saudades da marmita de lá!) e que tinha na esquina, uma banca de jornal. Essa banca não era grande, mas também não era pequena. Era do tamanho certo para caber nela, tudo o que eu regularmente comprava: aos domingos, às vezes, o jornal da cidade, além de semanalmente ir ver quais revistas (gibis e mangás inclusos), do meu gosto, tinham chegado.

banca de jornal (Imagem meramente ilustrativa)

Eu sempre ia nesta banca. Com o tempo, quase que diariamente eu passava por ela. Tanto pela localização, quanto pelo jornaleiro, um senhor já de idade, cabelos brancos, bem como o bigode crescido e branquinho, muito simpático. Conforme o tempo passou, já sabia de todas as revistas que eu comprava, e sempre que eu passava por lá, me dizia se o exemplar havia chegado ou não.

Era uma banca até bem movimentada. Havia um banco de madeira na frente da banca, e como era embaixo de uma árvore, o clima era sempre muito agradável. Geralmente havia por ali alguns funcionários do supermercado no momento de folga, ou então alguns outros velhinhos, amigos do jornaleiro, batendo um papo. E de vez em quando, quando não havia outras pessoas pela banca, eu também conversava com o senhor jornaleiro. Nada profundo, nada demais, conversinhas corriqueiras, banalidades.

Se tornou um hábito passar pela banca, quase todo dia, já que era praticamente caminho pra chegar em casa.

E um determinado dia, dia de semana, a banca estava fechada. Não dei muita bola, já a havia encontrado fechada antes, devido a uma viagem ou doença do jornaleiro. No dia seguinte, também estava fechada, mas desta vez, havia um papel colado na porta metálica. No papel, apenas a informação que a banca estava fechada por motivo de luto.

Sim, o velho jornaleiro, o senhorzinho simpático e bigodudo havia morrido. Fiquei sabendo disso alguns dias depois, quando a banca reabriu e um jovem, filho ou sobrinho (não lembro bem) do antigo proprietário, estava ali atendendo.

Depois disso, nunca mais frequentei a banca como antes. Sem dúvida passava por lá, mas aquele velho hábito de quase todo dia dar uma olhada nas novidades, se foi. Junto com o velho jornaleiro, cujo nome não lembro (e nem lembro se algum dia eu soube), mas cuja imagem, de vez em quando, me volta como se fosse ontem.

E por que raios eu fui lembrar disso justo hoje? Porque este mês se comemora o dia do jornaleiro (próximo dia 30), e lendo um post sobre isso, me lembrei do velho jornaleiro bigodudo (tenho certas suspeitas de que ele devia ser avô do Mário e do Luigi). =P

2007-10-18

Poemas - Manhã Ensolarada

Esse aqui eu fiz há muito tempo, numa manhã no Parque do Ingá, lá na saudosa Maringá... Bons tempos aqueles...

Manhã ensolarada

O sol reflete nas calmas águas do lago
Enquanto mansos cisnes vão ondulando.
Num canto do bosque, como se um mago,
O homem chama os cisnes os alimentando.

E transcorre nesta bela manhã ensolarada
Um triste poeta desfiando palavras, poesia.
Escrevendo tristes versos, pois sua amada,
Não sabe onde está nesta sua vida vazia.

Mas de certo modo, consola-se com a vida,
Pois tão bela paisagem pode contemplar,
Ainda que contemplar sozinho seja a saída.

E fecha os olhos e começa a sonhar,
Sonhos em que o amor reina sem ferida,
Ao contrário desta sua vida que há de levar...