Pessoas cobertas com creme, chantili e outras sobremesas nas provocativas pinturas realistas de Ivan Alifan

Ivan Alifan é um artista nascido na Rússia e que estudou no Canadá e na Itália. Usando um estilo realista, Ivan Alifan cria pinturas em que ele retrata homens e mulheres cobertos por creme, chantili e outras substâncias líquidas pastosas brancas. Batizada de "Not Milk" ("Não Leite"), essa série de pinturas, com um estilo próximo ao foto-realismo, ao mesmo tempo mostra algo lúdico, uma brincadeira com comidas e sobremesas, e algo subjacente, ao explorar uma certa sexualidade que o espectador invariavelmente dá significado ao ver essas pinturas. De fato, nas palavras do artista:

"Esta série é uma exploração do olhar moderno, das pinturas figurativas ambíguas que são reveladas e transformadas pelo ato do olhar individual. Esses retratos não são uma tentativa de mostrar características físicas, mas criar uma linguagem de subtextos sexuais subjacentes. Usando a ambiguidade como ferramenta, o espectador é obrigado a explorar sua psiquê e descobrir uma auto-consciência.

Além de todo o subtexto sexual que as figuras cobertas por cremes, chantili e outras substâncias brancas provocam, Ivan Alifan também explora a relação da sexualidade com a comida em si, mais especificamente doces e sobremesas. O resultado não só associa os dois atos (que em português podemos usar apenas um verbo: comer), mas também cria um laço entre objetos: o sexual e o alimentar.

Vejam pessoas cobertas com creme, chantili e outras sobremesas nas provocativas pinturas realistas de Ivan Alifan:

Vejam também:
- As hiper-realistas pinturas de mulheres cobertas com mel e calda de chocolate de Mike Dargas

Imagens via site de Ivan Alifan. Dica via Hi-Fructose - Ivan Alifan’s Provocative, Dessert-Laden Portraits.

A intimidade, ternura e sensualidade capturadas nas fotografias de beijos de Maggie West

Maggie West é uma fotógrafa americana com um portfólio diversificado. Além de fotografias de moda, ela também produz várias fotografias artísticas, que não deixam de transparecer a influência e as técnicas que ela usa do mundo fashion. Entretanto, neste post focaremos nas fotografias que compõem o primeiro livro de Maggie West, intitulado Kiss (Beijo).

O nome do livro/série de fotografias é auto-explicativo. Em Kiss, a artista fotografa vários casais se beijando. A maioria dos modelos são amigos de West, que ela conheceu em Los Angeles, e que fazem parte de um grupo bem eclético, seja de profissões (modelos, músicos, artistas, estrelas pornô, dançarinas), seja de etnias e orientações sexuais (casais hétero, gays e lésbicas). Deste modo, Kiss é uma celebração não apenas do ato do beijo, que envolve carinho, sensualidade, romance, intimidade, ternura e sexualidade, mas também uma celebração da diversidade humana e da fluidez da natureza da atração, desejo e amor, mostrando que estes elementos que nos tornam tão humanos não conhecem barreiras entre esses diversos grupos.

Usando luzes e composições que lembram um estado meio onírico, meio sensual, Maggie West fotografa momentos de extrema intimidade e sensualidade dos casais, registrando todos os momentos que fazem parte do ritual do beijar, desde aquele momento de antecipação em que a respiração se torna ofegante, até o momento em que os lábios já se separaram, mas que parecem ainda se atrair num misterioso magnetismo, passando pelo momento do beijo em si, que é caracterizado pela troca: de sensações, de carícias e de saliva (há quem não goste de beijos molhados, mas mesmo estes não escapam de uma troca básica de fluidos corporais).

Segundo um depoimento da artista ao site Beatiful/Decay, sobre o seu trabalho em Kiss:

"Ao colocar uma atividade comum (como o beijo) em um ambiente com um toque de sonho, eu queria que os espectadores reexaminassem a energia e a intimidade que surgem cada vez que um casal se abraça. Através de escolhas de cores e ângulos de enquadramento em close, eu espero que espectador possa apreciar aspectos específicos do beijo que eles podem não ter notado de outra maneira.

(...) Um dos objetivos do livro era examinar a dinâmica entre uma variedade de relacionamentos - não apenas casais ja estabelecidos. Alguns casais namoram há anos, alguns outros eram apenas amigos, alguns mal se conheciam antes, etc. Inicialmente todos, independente de seus relacionamentos, estavam um pouco nervosos. Entretanto, beijar é um ato físico tão natural que dentro de alguns minutos os modelos estavam tão entretidos com os seus parceiros que pareciam ter esquecido que estavam sendo fotografados."

Vejam a intimidade, ternura e sensualidade capturadas nas fotografias de beijos de Maggie West:

Imagens e dica via Beautiful/Decay - Maggie West Captures The Tenderness And Eroticism Of Kissing e Juxtapoz.

Os retratos hiper-realistas desenhados com grafite de Melissa Cooke

Melissa Cooke é uma artista americana que se especializou em criar desenhos usando grafite sobre papel. Ao invés de usar um lápis, a artista deposita finas camadas de grafite sobre o papel usando um pincel seco. O resultado são verdadeiras pinturas feitas com grafite, em que Cooke usa uma técnica hiper-realista para explorar diversos temas, através de retratos, em várias séries.

Além da técnica, algo que permeia o trabalho Melissa Cooke são as representações dos retratados que, de certa forma, estão sempre envolvidos em situações com possíveis conotações sexuais. Seja numa série que explora justamente essas situações, seja numa série cujo tema não envolve sexualidade, a artista produz obras hiper-realistas que parecem flertar constantemente com certos fetiches, seja de maneira consciente ou não.

Vejam os retratos hiper-realistas desenhados com grafite de Melissa Cooke.

Em "Lost Inside You" (Perdida em Você), a artista explora situações onde ela deixa a inibição de lado, em cenas que exploram sexualidade, gênero e relacionamentos. Como ela diz, nesta série "os desenhos também têm um elemento de fetichismo e auto-satisfação do ego, que objetiva invocar paixão enquanto reconhece o narcisismo do autorretrato":

Já em "Plunge" (Mergulho), a artista cria desenhos inspirado em fotografias que ela tirou enquanto mergulhava numa banheira. Escolhendo pedaços específicos dessas fotos, Melissa Cooke dá um zoom nessas partes, retratando a mistura que carne, cabelos, bolhas e ondas criam na banheira:

Em "Surfaced" (À tona), Melissa Cooke explora a relação entre fotografia, pintura, desenho e performance artística, usando autorretratos. Nesta série, ela cria desenhos hiper-realistas baseados em fotos que ela tirou enquanto pintava e derramava líquidos em si mesma, usando sua face como tela. Nesse contexto, as fotos referenciavam a prática de desenho e pintura, enquanto o desenho de grafite final referencia a fotografia (por causa do seu hiper-realismo), tudo isso podendo ser visto como uma grande performance:

Já em "The Between Spaces" (Os espaços do meio), a artista usa técnicas hiper-realistas para criar imagens que desafiam a própria realidade, como um borrão que permeia os limites entre as dimensões físicas e emocionais, internas e externas, entre o real e a fantasia:

Em "Vacuum" (Vácuo), a artista explora a fascinação da sociedade com a violência, morte e insanidade. Nesta série a artista retrata pessoas sendo asfixiadas com sacos plásticos, o que se mostrou um grande desafio técnico para ela:

E finalmente em "You Know Me Better Than I Know Myself" (Você me conhece melhor que eu mesmo), Melissa Cooke explora a sexualidade e a escuridão reprimidas dentro de todos nós. Inspirados em flashes de memórias da artista com alto teor emocional e que mudaram o jeito como ela vê relacionamentos, esses desenhos desempenharam uma experiência catártica para a artista:

Imagens via site de Melissa Cooke. Dica via Beautiful/Decay - Melissa Cooke’s Hyperrealistic Graphite Renderings Mimic Double Exposure Photographs.